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Mercado de biológicos deve atingir US$ 18,5 bilhões até 2026

Exportações de café de janeiro a junho de 2022 aumentaram quase 58%. Qualidade dos grãos, aliado a práticas sustentáveis, é exigência de vários países

17 ago 2022 - 10h30
(atualizado em 22/8/2022 às 15h54)
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Segunda bebida mais consumida no mundo, atrás apenas da água, o café tem uma importância histórica para o Brasil. Desde a década de 1830, é um dos principais produtos da economia brasileira, colocando o Brasil no posto de maior exportador e produtor de café do mundo. Mas, apesar do consumo ter aumentado progressivamente, ao longo dessa trajetória as exigências dos consumidores globais têm mudado.

As pessoas estão em busca de produtos de qualidade, que não só preservem sua saúde como o meio ambiente. E para atender a estas exigências com eficiência, toda a cadeia, desde reguladores a agricultores, está se movimentando para a criação de métodos de produção de alimentos que sejam mais sustentáveis.

Foto: Climatempo

Foto: Arquivo istock

Uma das alternativas, que tem apresentado excelentes resultados, é o manejo biológico com a utilização de bioinsumos para manter a plantação segura, sustentável e rentável. De acordo com pesquisas recentes divulgadas pelo Research and Markets, o mercado de insumos biológicos deve valer US$ 18,5 bilhões até 2026. Se confirmada a projeção, o setor teria uma disparada de 74% em apenas quatros anos na comparação com os US$ 10,6 bilhões de valores atuais.

"É um mercado que só tende a crescer e não tem mais volta. Os agricultores, que não se conscientizarem, perderão mercado e numa velocidade muito rápida. Não é uma exigência apenas do mercado nacional, mas mundial", ressalta Alessandro Guieiro.

Saúde e Sustentabilidade

A escolha do que a população mundial tem colocado em seu prato e em seu copo, cada vez mais, leva em consideração o equilíbrio entre saúde e meio ambiente. Nesse cenário, é cada vez mais presente a opção por produtos orgânicos e que sejam economicamente sustentáveis. Por isso, o manejo biológico da cultura do café torna-se uma alternativa viável, como um caminho que se abre para aliar saúde e sustentabilidade.

Essas mudanças são necessárias não apenas para o meio ambiente, mas também para a saúde da população e segurança alimentar. Estudos atuais apontam um contraponto entre produção de alimentos e segurança alimentar. Dados da ONU apontam que depois de permanecer relativamente inalterada desde 2015, a proporção de pessoas afetadas pela fome saltou em 2020 e continuou a aumentar em 2021, para 9,8% da população mundial. Isso se compara a 8% em 2019 e 9,3% em 2020.

Cerca de 2,3 bilhões de pessoas no mundo (29,3%) estavam com insegurança alimentar moderada ou grave em 2021 - 350 milhões a mais em comparação com antes do surto da pandemia de COVID-19. Quase 924 milhões de pessoas (11,7% da população global) enfrentaram insegurança alimentar em níveis graves, um aumento de 207 milhões em dois anos.

O pesquisador Sam Myers, diretor da Planetary Health Alliance, na Harvard Chan School, descobriu que quando culturas alimentares, como trigo, milho, arroz e soja são expostos ao CO2, em níveis previstos para 2050, as plantas perdem até 10% do seu zinco, 5% do seu ferro e 8% do seu teor de proteína. Importante ressaltar que são nutrientes essenciais para a saúde das pessoas, já que sua deficiência pode causar, dentre outras, mortalidade materna em torno do parto até problema cerebral das crianças. Além disso, o zinco auxilia no sistema imunológico e o ferro para formar um bloco de construção fundamental da hemoglobina.

"Se continuarmos não praticando uma agricultura sustentável em todas as culturas, cada vez mais a população precisará se alimentar em maior quantidade para adquirir os nutrientes necessários para seu organismo funcionar de forma saudável. E isso pode provocar problemas de saúde como a obesidade", explica Guieiro.

"Aos poucos, o produtor está deixando as propriedades e indo em busca de informação. Estamos saindo de uma agricultura de produtos para uma agricultura conservativa, que preserva o ecossistema para não retornar aos problemas anteriores e garantir uma melhoria contínua", destaca Alessandro.

"O manejo biológico proporciona um leque de benefícios, desde a qualidade do produto final, conservação do meio ambiente, aumento do valor agregado e a oportunidade de atender a uma demanda mundial por qualidade dos alimentos", garante o agrônomo.

A valorização do manejo sustentável e que respeite o meio ambiente é uma tendência que se dissemina pelo mundo. Vários países já exigem informações sobre a origem e todo processo produtivo, desde a semeadura até colheita e pós-colheita, visando tanto à sustentabilidade como à qualidade do produto. Diante desse cenário, é cada vez maior a busca por café orgânico (sem uso de agrotóxicos) e biodinâmico (cultivado em ambiente sustentável).

"O mundo está controlando com rigor os níveis de agroquímicos nos alimentos. Na Europa, por exemplo, a tolerância na análise de resíduos no produto é muito baixa. Enquanto no Brasil a tolerância é de 1 grama de glifosato por quilo de café, na Europa é de apenas 0,1 grama, ou seja, tolerância na Europa é dez vezes menos do que no Brasil. Se não atender a essa exigência, o produto é barrado e retorna ao país de origem", explica o agrônomo.

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