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Acordo comercial entre EUA e China faz pouco para aliviar pressão para que Fed corte juros

1 jul 2019 - 11h29
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O acordo entre os Estados Unidos e a China para retomar as negociações comerciais fizeram pouco para aliviar a pressão sobre o Federal Reserve para cortar a taxa de juros.

Sede do Federal Reserve em Washington, DC, EUA
22/08/2018
REUTERS/Chris Wattie
Sede do Federal Reserve em Washington, DC, EUA 22/08/2018 REUTERS/Chris Wattie
Foto: Reuters

Os dois países concordaram neste sábado em retomar as negociações depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, ofereceu concessões ao presidente chinês, Xi Jinping, quando os dois se encontraram na cúpula do G20 no Japão.

Como parte de seu mais recente acordo, os EUA prometeram não impor novas tarifas e aliviar as restrições à Huawei Technologies. A China concordou em fazer novas compras não especificadas de produtos agrícolas dos EUA e retomar as negociações.

Mas o Fed, que sinalizou cortes na taxa de juros em breve devido à incerteza sobre a guerra comercial, ainda enfrenta uma desaceleração da economia global, bem como as empresas domésticas que estão adiando gastos até que a China e os EUA alcancem uma trégua duradoura.

"Parece que, em particular, as negociações entre os EUA e a China estão sendo retomadas, o que é obviamente um desenvolvimento positivo", disse Richard Clarida, vice-chair do Conselho do Fed, em uma conferência econômica em Helsinque, "mas, além disso, como essas negociações serão resolvidas, certamente, também será um fator importante para pensar nas perspectivas para a economia global."

Clarida disse que a economia dos EUA está "em um bom lugar", mas que "as incertezas aumentaram em várias dimensões".

Os mercados estão apostando fortemente que o próximo movimento do Fed será seu primeiro corte na taxa de juros desde a crise financeira global, há uma década, e Trump tem exigido um afrouxamento na política monetária para fortalecer a economia e sua barganha na mesa de negociações com Pequim.

O presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou repetidas vezes que o banco central toma decisões independentes da pressão dos mercados financeiros e da Casa Branca.

Nem todo mundo está convencido. O Fed reduziu significativamente suas previsões de juros este ano depois que os mercados se movimentaram, uma mudança que "contribuiu para uma impressão de que as autoridades do Fed sentem ou deveriam se sentir pressionadas para atender às expectativas do mercado", disseram analistas do Goldman Sachs.

Eles disseram que um corte na taxa de juros pode ampliar as expectativas do mercado para um afrouxamento ainda maior no futuro, prejudicar a estabilidade financeira e tornar o mercado de títulos "um canal para pressão política sobre as decisões do Fed". As expectativas decepcionantes de corte de juros também podem ter um custo de agitar os mercados e prejudicar a economia.

Enquanto isso, analistas do Bank of America disseram em uma nota no domingo que a disposição do Fed de compensar o impacto negativo da guerra comercial sobre a economia "poderá encorajar uma posição ainda mais rígida sobre o comércio, que provocará ainda mais afrouxamento do Fed. O resultado final será uma perda de munição de política monetária do Fed, com uma economia que ainda é fraca."

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