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Acordo com União Europeia pode ajudar economia brasileira a ser mais sustentável, diz empresário

Painel 'Empresas e governo - um ciclo virtuoso', realizado pela Fundação FHC e pela Amcham, discutiu a atuação conjunta dos setores públicos e privado em favor do meio ambiente

22 out 2020 - 14h40
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A atuação conjunta dos setores público e privado é a forma ideal de trabalhar pelo meio ambiente e atingir bons resultados, inclusive econômicos. Essa é uma das conclusões do painel "Empresas e governo - um ciclo virtuoso", realizado nesta quinta-feira, 22, pela Fundação FHC e a Câmara Americana de Comércio (Amcham) com o tema de economia de baixo carbono.

Participaram do debate a chefe de Delegação Adjunta da União Europeia no Brasil, Ana Beatriz Martins, o CEO da empresa de celulose CMPC, Maurício Harger, e o ex-governador do Espírito Santo e atual presidente-executivo da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), Paulo Hartung.

"O setor privado tem um papel fundamental, porque só ele pode trazer as soluções tecnológicas necessárias, criar emprego e gerar riquezas", disse Ana Beatriz, lembrando que a Europa tem lançado uma série de pacotes para incentivar a economia verde.

Atualmente, a Europa é um dos mercados mais exigentes quando o assunto é responsabilidade ambiental de seus fornecedores. E essas exigências remodelam toda a estrutura de negócio das empresas que têm interesse em fazer comércio com esse parceiro. "A Europa é o cliente mais exigente da nossa cadeia. Juntar essas economias influencia todos os setores a ser mais sustentável. Um incentivo via mercado para a economia brasileira", disse Harger, da CMPC.

Segundo Ana Beatriz, há ainda ações que visam a implementação da economia circular sobretudo nos setores têxtil, construção civil, eletrônica e plástico nos países europeus. Além de estratégias que visam a responsabilidade de toda a cadeia econômica para produtos agrícolas, da fazenda até o prato do consumidor. "O acordo da União Europeia com o Mercosul pode ser um instrumento importante para aprofundar o desenvolvimento das relações econômicas de forma sustentável."

O acordo entre Mercosul-UE, aprovado no ano passado, depois de 20 anos de negociação, ainda precisa ser ratificado pelos governos de cada bloco, mas tem encontrado resistência dos países europeu, em parte, por questões ligadas ao meio ambiente. No começo de outubro, o Parlamento europeu manifestou oposição ao acordo, destacando que o tratado deve "assegurar a competição livre e garantir os padrões e métodos de produção europeus".

O ex-governador do Espírito Santo chama atenção para o protecionismo europeu e fala da importância de buscar parcerias. "Quando você chega em um produtor rural brasileiro, ele fala que o pessoal da Europa quer proteger os mercados deles e não competir com a gente. Precisamos superar essas questões. Nós, brasileiros, precisamos de parceiros na Europa para introduzir no Mercosul uma economia de baixo carbono."

Estadão
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