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Ações com bons dividendos tendem a prevalecer nas carteiras

Mercado tem visto anúncio de dividendos bilionários, como o de R$ 2,8 bilhões recentemente divulgado pela Telefônica Vivo

8 set 2018 - 05h11
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O anúncio de dividendos bilionários, como o de R$ 2,8 bilhões recentemente divulgado pela Telefônica Vivo, tem chamado a atenção do mercado neste início de mês. Nesse contexto, a coluna perguntou aos analistas até que ponto esse fator tem influenciado as escolhas dos investidores. Ricardo Peretti, estrategista de Pessoa Física da Santander Corretora, diz que, embora concorde com essa relação, a distribuição de dividendos (ou o seu retorno, o dividend yield) não é único critério para a escolha de ações.

"No caso da Telefônica, ação que retornou à nossa carteira de dividendos em setembro, o seu histórico de disciplina de capital e acesso a mercados em expansão são argumentos adicionais ao seu bom dividend yield. Por fim, é interessante notar se os pagamentos de dividendos são recorrentes ou pontuais. Quanto mais regular, melhor a percepção do investidor." Para a semana, o Santander manteve Itaú Unibanco PN, Lojas Renner, Braskem PNA, IRB Brasil e MRV.

Na opinião de Vitor Suzaki, analista da Lerosa, as pagadoras de dividendos tendem a prevalecer neste momento de maior volatilidade e proteção natural contra um ambiente mais adverso como o atual, pela própria previsibilidade dos negócios em que atua, em um ambiente de concorrência mais organizada, sendo usualmente fortes geradoras de caixa, com baixa alavancagem (ou sob controle) e necessidade menor de investimentos.

Das empresas que estão em sua carteira, Suzaki destaca BB Seguridade e IRB do setor de seguros, com posicionamento de liderança e payout (porcentagem do lucro líquido distribuído) elevado, sendo que a primeira ainda tem possibilidade de pagamento elevado de dividendos extraordinários de cerca de R$ 1,8 bilhão por conta da reorganização societária (ainda dependente de aprovação das autoridades reguladoras, como BC e Susep) neste segundo semestre.

Para Mario Roberto Mariante, da Planner Corretora, em momentos de incertezas, como este, ficar posicionado em boas empresas e ainda receber bons dividendos como no caso de Direcional Engenharia e Telefônica, é sim uma boa decisão. Nesta semana, Mariante optou por trocar a RD ON (ex-Raia Drogasil) por Direcional. "A RD vem devolvendo parte da valorização acumulada entre o início de junho e começo de agosto. Portanto, optamos pela retirada da carteira, mesmo considerando os bons resultados do primeiro semestre."

A Direcional, por sua vez, veio com bons números para o primeiro semestre de 2018, embora o lucro líquido ainda tenha sido negativo. A expectativa é de melhora nos resultados nos próximos trimestres, mesmo com a construção civil ainda enfrentando dificuldades. A empresa anunciou um dividendo de R$ 0,6129 por ação, que representa um retorno de mais de 9% em relação à cotação atual, diz Mariante.

A Magliano também manteve a carteira, com BB Seguridade, Bradesco PN, BRF, Cemig PN e Petrobras PN. Sergio Goldman, analista da Magliano, concorda que o investidor brasileiro é atraído por empresas que praticam uma política de distribuição agressiva de dividendos. "Pessoalmente, acho exagerada a importância dada à distribuição de dividendos. Se considerarmos que o retorno total do investimento em ações é dado por apreciação do preço da ação mais o retorno dos dividendos, o primeiro componente tende a ser maior e mais relevante que o segundo."

Estadão
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