Ação da Alpargatas dispara após resultado trimestral
As ações da Alpargatas dispararam nesta sexta-feira, tocando uma máxima desde fevereiro de 2023, após resultado trimestral com forte expansão de Ebitda e margem no terceiro trimestre, bem como anúncio de que não exercerá a opção de compra de participação adicional na Rothy's.
O resultado operacional medido pelo Ebitda ajustado totalizou R$255,7 milhões no terceiro trimestre, um salto de 86,8% em relação ao mesmo período do ano passado, com a margem passando para 22,9%, de 13,2% um ano antes. De acordo com a companhia, foi o melhor Ebitda ajustado nominal de sua história.
A receita líquida da companhia cresceu 7,5%, para R$1,1 bilhão, enquanto a empresa registrou queda no volume vendido das sandálias Havaianas, de 2,3%, para 56,6 milhões de pares no período, com queda de 3,1% no Brasil, a 51,6 milhões de unidades, mas a alta de 7% no internacional, para 4,9 milhões.
A margem bruta passou de 47,7% para 52,5%, com o custo dos produtos vendidos mostrando queda de 2,4%, enquanto as despesas operacionais recuaram 9,5%, segundo os dados divulgados na noite da véspera pela empresa.
Por volta de 12h15, as ações da Alpargatas disparavam 7,8%, a R$11,33, entre as maiores altas do Small Caps, que cedia 0,32%. No melhor momento, os papéis foram negociados a R$11,41, máxima intradia desde 9 de fevereiro de 2023.
"A Alpargatas apresentou resultados sólidos no terceiro trimestre, com um Ebitda 24% acima da nossa estimativa, impulsionado por melhores dinâmicas de receita e custos", afirmaram analistas da XP em relatório a clientes.
"Em nossa visão, os sinais são positivos em todas as frentes, com o Brasil ganhando participação de mercado e expandindo margens, volumes se recuperando na Europa e os EUA se preparando para implementar seu novo modelo operacional em 2026", acrescentaram Danniela Eiger e equipe.
A Alpargatas também afirmou na noite de quinta-feira que decidiu não exercer a opção de compra para aquisição das demais ações da norte-americana Rothy's detidas pelos vendedores principais e por outros acionistas, prevista nos documentos da operação, que resultaria na obtenção do controle da Rothy's.
Mas afirmou que "segue sendo uma acionista relevante, e por meio de seus representantes no conselho de administração da Rothy's, continuará colaborando ativamente com referida sociedade no desenvolvimento e implementação dos objetivos e planos estratégicos da Rothy's".
De acordo com os analistas da XP, tal movimento era amplamente esperado. "Acreditamos que a melhora nos resultados da Rothy's pode até abrir uma possibilidade futura de desbloqueio de valor por meio de seu desinvestimento", acrescentaram no relatório.