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Lula diz que, caso eleito, construirá governo paritário em gênero e raça

Em entrevista a jornalistas, o ex-presidente afirmou que vai trabalhar para diminuir os retrocessos históricos do Brasil contra negros, indígenas e mulheres

19 jan 2022 - 16h35
(atualizado às 16h56)
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A imagem mostra o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva. Ele veste uma camisa azul claro e um paletó preto
A imagem mostra o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva. Ele veste uma camisa azul claro e um paletó preto
Foto: Reprodução/Youtube / Alma Preta

"Eu acho que a gente caminha para que possamos ver uma maioria de mulheres mandando nesse país", disse o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quarta-feira (19), em entrevista aos jornais e veículos de comunicação independentes. Mesmo sem ter conseguido construir um governo com paridade de gênero e raça entre 2003 e 2016, Lula afirma que o Partido dos Trabalhadores (PT) terá um compromisso real com esta pauta caso seja candidato às eleições em outubro.

"Não pense que foi simples instituir o Ministério da Igualdade Racial. Não foi uma coisa simples em um país que foi o último a abolir a escravidão, o último a ter independência, o último a garantir o direito de voto das mulheres, o último a ter uma universidade", disse o ex-presidente ao jornalista Mauro Lopes, do jornal Brasil 247.

Na ocasião, Lopes provocou Lula ao afirmar que, em seu governo, 99 pessoas passaram por Ministérios. Dessas, apenas 10 eram mulheres, sendo três mulheres negras. O número de homens negros exposto pelo jornalista também era bastante inferior: um total de sete. Segundo o levantamento, dentro dos 14 anos de governo do PT, 81% dos ocupantes ministeriais eram homens brancos.

O ex-presidente reconheceu que o Brasil é um país que tem um acúmulo de retrocessos nas questões sociais, mas percebe que a sociedade tem evoluído nessas questões. "É importante lembrar que a candidatura das mulheres, hoje, é paritária e tem aporte de verbas para alavancar o atraso ao qual a gente foi submetido", declarou.

Lula reitera que, se for eleito, fará um governo com bastante participação popular a fim de ouvir as diversas esferas da sociedade brasileira. Para ele, é importante voltar a fortalecer a participação dos Conselhos e a organização de Conferências Nacionais sobre os mais variados temas. Essas ambientes, historicamente, são espaços onde toda a sociedade civil poderia pensar políticas públicas para melhoria do país.

"A força do meu governo será mostrada na Campanha. O povo faz parte desse governo. Precisamos transformar esse país em um país nosso. De negros, índios, mulheres, empregados, desempregados, do povo da rua. Não apenas da avenida Faria Lima, da Bolsa de Valores, eles terão o seu papel, mas não terão privilégios", disse Lula.

União com Alckmin

O ex-presidente defendeu a parceria com Geraldo Alckmin (sem partido) para a sua possível candidatura. O petista afirmou que não teria nenhum problema em fazer aliança com o ex-tucano, sendo vice em sua chapa ou não.

"Da minha parte não existe nenhum problema de fazer aliança com Alckmin e ter ele de vice. Nós vamos construir um programa de interesse para a sociedade brasileira. Não abro mão de que a prioridade é o povo brasileiro. Espero que o Alckmin esteja junto, sendo vice ou não sendo vice, porque me parece que ele se definiu em fazer uma oposição não apenas ao Bolsonaro, mas ao 'dorismo' aqui em São Paulo", disse.

Participaram do encontro, que teve transmissão pelas redes sociais, jornalistas dos sites Brasil 247, Revista Fórum, DCM, Jornal GGN, Blog da Cidadania, Tutaméia, Jornalistas Livres e Rede Brasil Atual.

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Alma Preta
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