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Coletivo Bitonga Travel quer democratizar viagens internacionais para mulheres negras

A idealizadora do coletivo, Rebecca Aletheia, ajudou cinco mulheres negras a fazerem uma viagem surpresa pela Colômbia

13 jan 2022 - 14h41
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A imagem mostra cinco mulheres negras, do coletivo Birtonga Travel, em viagem à Colombia. Elas vestem biquine, estão na praia e há uma bandeira do país à esquerda
A imagem mostra cinco mulheres negras, do coletivo Birtonga Travel, em viagem à Colombia. Elas vestem biquine, estão na praia e há uma bandeira do país à esquerda
Foto: Bitonga Travel/Divulgação / Alma Preta

Em dezembro, cinco mulheres pretas realizaram uma viagem internacional surpresa idealizada pelo coletivo Bitonga Travel. A idealizadora, Rebecca Aletheia, por meio das redes sociais, fez um convite para uma viagem coletiva cujo destino era desconhecido pelas participantes e, em menos de 70 dias, Bruna Balbino, Giselle Santos, Luciene Silva, Mayara Oliveira e Valéria Lourenço embarcavam para a Colômbia.

"Sou grata por poder ser ponte para essas e muitas outras mulheres pretas a realizar sua primeira viagem ao exterior e em seus países, falo países por ter muitas seguidoras de Moçambique", diz Rebecca. 

O coletivo Bitonga Travel reúne mulheres negras de diversas localidades para trocar experiências sobre viagens e elaborar roteiros juntas. A iniciativa também conta com um podcast onde as vivências são difundidas. 

Nesta viagem apenas com mulheres, em sua maioria oriundas da periferia, foi realizada uma imersão na cultura afro-colombiana assim como vivência prática dos princípios da Kwanzaa. Esta é uma celebração afro que envolve a reflexão sobre princípios básicos: a valorização da comunidade, das crianças e da vida.

A primeira parada do destino foi na cidade de Cali, denominada a capital da Salsa, onde conheceram a Salsa e o Currulao. As mulheres também puderam trocar conhecimentos com empreendedores afro-colombianos. 

A viagem deu continuidade para São Basílio de Palenque, localizada a 50km de Cartagena de Indias, declarado Patrimônio Intangível da Humanidade. De acordo com Rebecca, São Basílio de Palenque é historicamente importante, pois seus habitantes são descendentes do que se é considerado o primeiro povo negro livre da América.

"Um local onde guarda as raízes africanas desde a manutenção da língua de tronco Bantu, cultura, sincretismos, comidas, musicalidade, histórias. A imersão no local, além de trazer à reflexão e a vivência de como é viver em Quilombo conhecido como Cimarrones, trouxe várias reflexões sobre a história preta na América Latina", conta a empresária. 

Além de visitar e imergir na cidade de Cartagena de Índias, que também é um grande reduto de história afrocentrada da América, as viajantes fizeram um ensaio fotográfico com roupas de tecido africano em Cali, confeccionadas pelo Estilista Esteban African e com uma pintura corporal feita pelo artista plástico Angel Lion.

"Essa viagem para mim trouxe novas possibilidades, eu nunca pensei em viajar sem conhecer o destino e sem ter que me preocupar com nada. Nunca imaginei deixar alguém pintar o meu corpo e me permitir ser fotografada seminua, realmente estou saindo da minha zona de conforto", refletiu Bruna Balbino, uma das clientes da Bitonga Travel.

Rebecca afirma que os próximos destinos do projeto já estão sendo pensados. Segundo ela, será uma rota nacional surpresa e uma internacional, que provavelmente será a Colômbia novamente. Para participar basta acessar as mídias sociais da Bitonga Travel. 

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Alma Preta
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