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Kevin Spacey deve pagar US$ 31 milhões à produtora de série

Protagonista de 'House of Cards' foi demitido da produção após denúncias de abuso sexual

22 nov 2021 - 17h20
(atualizado às 17h31)
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Foto: Divulgação/Netflix / Pipoca Moderna

O ator Kevin Spacey foi condenado a pagar à MRC Entertainment, produtora da série House of Cards, quase US$ 31 milhões (cerca de R$ 173 milhões) por má conduta sexual nos bastidores da série. O veredito foi proferido por uma corte de arbitragem e nesta segunda, 22, a MRC deu entrada na Corte Superior de Los Angeles para confirmar a sentença.

O intérprete de Frank Underwood foi demitido da produção após denúncias de abuso sexual. As acusações, que incluíam tocar um assistente de produção, fizeram com que o MRC conduzisse uma investigação e, por fim, rescindisse seus contratos de atuação e produção.

De acordo com a decisão de 19 de outubro, Spacey violou repetidamente as obrigações contratuais de fornecer serviços "de maneira profissional" e "consistente com as orientações, práticas e políticas razoáveis" da produtora.

Além disso, a produtora teve que interromper as gravações da 6ª temporada da série, reescrever a temporada e encurtá-la de 13 para oito episódios para cumprir o prazo de entrega. Além disso, a Netflix optou por cancelar a série após o escândalo.

Spacey chegou a alegar que tinha direito a uma indenização, porque foi a decisão da MRC e da Netflix de demiti-lo — ou seja, não sua conduta — que causou perdas financeiras. Não conseguiu convencer.

A produção de House of Cards foi interrompida dois dias após a primeira denúncia, quando o ator Anthony Rapp revelou que Spacey tentou abusar dele quando tinha 14 anos, em 1986. Desde então, as denúncias contra o ator se multiplicaram, e até funcionários da atração resolveram acusá-lo.

Além de demitir Spacey, a Netflix também cancelou o lançamento da cinebiografia de Gore Vidal, Gore, estrelada e produzida pelo ator, que já se encontrava em pós-produção.

Outro prejuízo causado pelo ator foi a refilmagem de Todo o Dinheiro do Mundo. O diretor Ridley Scott decidiu refazer parte do filme para retirar o ator do longa, que já estava finalizado quando o escândalo estourou. Ele foi substituído por Christopher Plummer, que chegou a ser indicado ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante pelo desempenho.

Spacey também chegou a ser investigado por oficiais do Departamento de Abuso Infantil e Ofensas Sexuais de Los Angeles, que coletaram um total de seis denúncias. Prescrição e falta de provas impediram todos os casos de ir a julgamento. Por conta disso, ele não foi condenado e ainda brincou num vídeo de 2019 que aquele "foi um ano muito bom".

Embora House of Cards tenha sido cancelada, Spacey continua postando vídeos caracterizado como seu personagem. No ano passado, comparou sua situação à das pessoas que perderam empregos durante a pandemia.

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