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Série 'Shippados' narra o amor em tempos de internet

Comédia romântica da Globoplay com Tatá Werneck e Eduardo Sterblitch aborda romantismo na era das redes sociais

18 fev 2019 - 03h10
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Iniciar um relacionamento sempre foi um momento de tensão, afinal, nunca se conhece o bastante a outra pessoa para se ter certeza de que será uma relação duradoura, cheia de amor, eterna. Agora, imagine hoje em dia, em que a tecnologia, as redes sociais, o mundo da internet está aí para te passar todos os detalhes da outra pessoa. E aí você vai para esse tal primeiro encontro sabendo praticamente tudo sobre ela, ou ele. E é exatamente sobre isso que trata a comédia romântica Shippados, uma série original da Globo produzida exclusivamente para o Globoplay, escrita por Alexandre Machado e Fernanda Young, com direção artística e geral de Patricia Pedrosa e direção de Renata Porto d'Ave e Ricardo Spencer.

Em fase final das gravações, que devem terminar ainda essa semana, a série será composta de 12 episódios. "É desafiador e instigante, a gente tá falando do amor nos dias de hoje, falando do amor e da solidão ao mesmo tempo", conta a diretora Patricia Pedrosa, que explica se trata "de uma comédia romântica, que mostra como as pessoas se relacionam hoje, com esse fato de estarmos conectados o tempo todo, mas ao mesmo tempo estarmos sozinhos".

Patricia avisa que o público verá esses dois grandes nomes do humor nacional, Tatá Werneck e Eduardo Sterblitch, na trama, mas será de um ângulo um pouco diferente. "Esse lugar em que eles estão na serie é algo diferente do que estamos acostumados a vê-los, mas será uma grata surpresa, acredite, pois além desse texto brilhante, as atuações foram surpreendentes", diz.

Para lidar com esse tema universal, mas que ganha novos tons com a internet, Patricia optou pelo mais simples. "Fomos pelo lado da simplicidade, optamos por uma estética mais retrô, mas indie, usando uma narrativa mais documental, pois hoje em dia a gente filma tudo, expõe a vida para o mundo, e de forma natural", avalia a diretora, que conta ainda ter optado por esse tom documental para "aproximar o olhar desse público, que está acostumado com esse tipo de linguagem nas redes sociais".

Quanto ao texto em si, Fernanda Young fala de sua inspiração, que é momento atual, no qual a internet acelerou alguns processos e acabou com outros pontos que faziam as pessoas sonharem. "A internet acabou com o mistério. As pessoas compartilham suas intimidades diariamente com o resto da humanidade. Você vai conhecer alguém, já conhecendo tudo sobre a vida desse alguém: que lugares frequenta, que comida come, onde vai nas férias, que manias tem. Essa descoberta costumava ser lenta e gradual, caminhando junto com o surgimento da paixão", diz a autora.

Ela mesma destaca algumas questões a partir dessa nova realidade. "Quando a paixão surge, agora? Quando dá um match? Não sei. O fato é que essa é uma mudança irreversível, então os seres humanos vão se adaptar a ela, como já se adaptaram a diversas outras. Algo se perde? Provavelmente. Algo se ganha? Talvez, ainda é cedo para dizer. Pode ser que os relacionamentos pós-redes sejam mais sinceros, pois não há mais como se ter segredos, acabou a privacidade. No fim das contas, o amor prevalece e sobrevive, apesar todas as mudanças que o mundo sofreu. As pessoas querem o amor, não importa de qual maneira ele venha", diz Fernanda, que escreveu a série a quatro mãos, em parceria com Alexandre Machado.

"Queríamos uma história de que nossas duas filhas de 18 anos gostassem e com a qual se identificassem. Incluir um público mais jovem, sem excluir o mais maduro. Procuramos uma história simples, que encontre sua relevância na verdade dos personagens. Escrevemos a quatro mãos, mas as quatro mãos não escrevem juntas. Cada duas em seu canto. Bolamos a história juntos, depois cada um escreve sua parte. Juntamos tudo no final", explica a autora.

E, para pensar esse texto, ela conta que circularam pela internet com o intuito de achar uma luz. "Tentando encontrar padrões de comportamento. Buscamos a identificação com o público, em sua diversidade, e, ao mesmo tempo, mostrar que somos todos iguais, principalmente no que diz respeito ao amor. Nosso humor é de observação, então precisamos ficar atentos ao nosso redor, e não podemos nos prender aos antigos clichês de comédia, nem aos tradicionais conflitos entre o masculino e o feminino. Queremos mostrar o que se passa nesses novos tempos e não simplesmente fazer piadas sobre relacionamento."

Uma coisa que une diretor e autora é fato da atração por séries. "Adoramos séries, vemos muitas. No mundo inteiro, séries de alta qualidade vêm conquistando o público e criando uma enorme base de fãs para o gênero", diz Fernanda. Já Patricia se assume uma consumidora voraz. "Sou especialista em assistir o primeiro episódio (risos), assisto o primeiro de tudo, à vezes não sigo até o fim, mas o primeiro eu vejo. Quantas horas passei da minha vida no sofá vendo Game Of Thrones, e mal posso esperar pela próxima temporada", finaliza.

Estadão
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