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'For All Mankind' retrata a disputa entre EUA e URSS pela conquista do espaço

Nova série da Apple TV+ junta verdade e ficção ao contar história da corrida espacial; na trama, os soviéticos chegam primeiro

1 nov 2019 - 07h11
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Ronald D. Moore se lembra de ver Neil Armstrong pisando a Lua pela primeira vez. Desde então, é fascinado pelo espaço. "Comecei a ver na TV tudo o que tinha uma espaçonave, de Perdidos no Espaço a uma série chamada Star Trek que literalmente mudou minha vida", disse ele, numa réplica da sala de controle da Nasa do final dos anos 1960 construída em Los Angeles para sua série For All Mankind, que entra no ar com o lançamento do Apple TV+. Moore disse isso porque iniciou sua carreira em Star Trek nos anos 1980 e 1990. Depois ele fez Battlestar Galactica e Outlander, que ainda está no ar.

For All Mankind junta elementos de todas elas, ao imaginar um futuro em que os soviéticos foram os primeiros a chegar ao satélite da Terra, em vez dos americanos. A série teoriza que, se isso acontecesse, a corrida espacial teria continuado, em vez de ser substituída pela corrida armamentista na Guerra Fria. "Fiquei muito desapontado que, depois da chegada à Lua, o programa espacial não continuou, com o estabelecimento de bases lunares e ida a Marte, Júpiter etc.", disse ele, em entrevista ao Estado.

A série embaralha fato e ficção, misturando personagens reais e fictícios. Quando os soviéticos ganham a corrida pela Lua, os americanos procuram descobrir por quê - e uma investigação do Congresso faz com que o então senador Ted Kennedy esteja em Washington e não em Chappaquiddick, onde o Ted Kennedy da vida real escondeu a morte de uma assistente que acabou com suas pretensões de se candidatar à presidência.

Um dos protagonistas é Ed Baldwin (Joel Kinnaman), personagem fictício que foi piloto da Apollo 10, uma missão real que serviu de teste para a aterrissagem da Apollo 11 comandada por Armstrong, chegando a 12 quilômetros da Lua e voltando para a Terra. A série tem cenas impressionantes no espaço, mas também dedica bastante tempo ao drama dos personagens, seja a dificuldade de passar longe da família até conflitos conjugais e tragédias pessoais.

Em geral, filmes e séries que imaginam um mundo em que os fatos históricos foram diferentes são distopias. Por exemplo, e se Hitlertivesse ganhado a Segunda Guerra? For All Mankind não é assim. As mulheres e os negros sofrem preconceito, mas conquistam direitos muito antes do que foi na vida real, por exemplo. A Guerra do Vietnã termina mais cedo. "A série é otimista, com uma visão do caminho que poderíamos ter seguido e que ainda podemos", disse Moore. Para ele, em momentos de realidade caótica como agora, as pessoas buscam escapismo. "Elas querem se sentir melhores", afirmou.

Estadão
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