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Flávia Monteiro tenta fugir do estigma de boazinha em 'Ribeirão do Tempo'

6 jun 2010 - 08h13
(atualizado às 09h57)
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Desde que foi contratada pela Record, em 2006, Flávia Monteiro tenta fugir do estereótipo de mulher doce e boazinha, característica marcante da maioria das personagens que já interpretou.

Em Ribeirão do Tempo, nova novela de Marcílio Moraes na emissora, a atriz de 37 anos de idade e 23 de carreira acredita dar mais um passo importante nesse sentido. Na pele da durona investigadora Marta, ela se empolga com a possibilidade de viver um tipo diferente na tevê.

"Não consigo ver um 'link' entre a Marta e as outras personagens que fiz. Ela tem um certo mistério, e trabalhar com isso é muito instigante", avalia, sempre sorridente ao falar de seu quarto trabalho na emissora.

Na história, passada em uma fictícia cidade de interior, Marta é o braço direito do desinteressado delegado Ajuricaba, vivido por Umberto Magnani. Apaixonada pela profissão, ela não mede esforços para resolver os crimes misteriosos que passam a acontecer na cidade.

Com pulso firme, ela é a única mulher da delegacia local. Mas contracenar basicamente com homens está longe de ser um problema para Flávia. "Adoro o universo masculino e me sinto completamente à vontade. Para mim, é como se eles vestissem saias", brinca.

A atriz, no entanto, se antecipa em dizer que a personagem, mesmo estando entre os homens, não deixa de ser feminina. "Coloco um pouco de sensibilidade e fragilidade nela, sem deixar de lado a postura mais rígida", explica.

E foi graças à necessidade de dar um toque feminino à delegacia da trama que Flávia ganhou o papel na novela. Ribeirão do Tempo já estava com o elenco fechado quando o autor Marcílio Moraes resolveu colocar uma mulher entre os policiais. E ele mesmo escolheu Flávia para viver a personagem.

A atriz, que já trabalhou com o autor na novela Vidas Opostas e no seriado A Lei e o Crime, ambos na Record, sequer hesitou em aceitar o convite. "Adoro o texto do Marcílio. Faço novelas dele nem que seja para entrar muda e sair calada", derrete-se.

O carinho pelo autor vem desde 2006, quando a atriz, recém-saída do SBT, foi contratada pela Record para atuar em Vidas Opostas. E foi na pele de Maria Lúcia, a vilã da trama, que ela se orgulha de ter dado o primeiro passo de uma virada importante em sua carreira.

Isso porque, até então, a imagem dela ainda era fortemente associada à doce professora Carol, personagem que interpretou de 1997 a 2001 em Chiquititas, no SBT. "A Record me deu o presente de começar a quebrar a imagem de boazinha. Foi maravilhoso porque eu estava com um estigma muito forte das Chiquititas", lembra a atriz, que passou a sentir seu trabalho mais valorizado a partir de então. "Foi a primeira vez em que saí nas ruas e consegui ser reconhecida por outro personagem. É bom demais fazer vilã", empolga-se.

Com contrato com a Record até 2013, Flávia agora respira aliviada. Após passagens pela Globo, Manchete e SBT, a atriz vibra com a estabilidade alcançada na emissora. "Contrato longo dá o respiro de poder organizar a vida melhor", desabafa. Mas ela não reclama dos tempos em que intercalou trabalhos em diferentes emissoras. "O importante é que nunca deixei de trabalhar. Gosto dessa liberdade de poder experimentar casas novas, pessoas diferentes. Poder circular é muito bom", garante.

Dupla jornada
Flávia Monteiro não costuma conciliar novelas com trabalhos fora da tevê por considerar a rotina "enlouquecedora". Mas, ultimamente, ela tem aberto uma exceção para se dedicar a um documentário sobre a vida da bailarina Ana Botafogo, que ela dirige em parceria com o cineasta Diogo Fontes. "Só concilio porque marco os meus horários e me organizo melhor. Mas estou fazendo tudo com calma", conta a atriz, formada em Cinema.

Flávia, no entanto, confessa que não consegue ficar muito tempo atuando em apenas um veículo. Após ter iniciado sua carreira aos 14 anos no cinema, quando viveu a adolescente Alice no filme A Menina do Lado, em 1987, a atriz passou a intercalar trabalhos na tevê, teatro e cinema. "Acho que os três meios se completam e gosto de circular por eles sem travas. Não consigo imaginar um ator fazendo só uma coisa", considera.

Instantâneas
# Para compor a investigadora Marta, Flávia se inspirou na agente do FBI Clarice Starling, personagem de Jodie Foster no filme O Silêncio dos Inocentes.
# Antes de estrear em Ribeirão do Tempo, Flávia esteve em cartaz com a peça Às Favas Com os Escrúpulos pelo Brasil. Ela substituiu Bárbara Paz, que teve de se afastar para se dedicar a Viver a Vida.
# A vilã Maria Lúcia, de Vidas Opostas, inicialmente seria interpretada por Vanessa Gerbelli. A atriz, no entanto, engravidou e Flávia ficou com o papel.
# Flávia chegou a cursar três anos de faculdade de Psicologia, mas largou os estudos para se dedicar à carreira de atriz.

Ribeirão do Tempo - Record - Segunda a sexta, às 22h.

Flávia Monteiro, que interpreta a investigadora Marta em 'Ribeirão do Tempo'
Flávia Monteiro, que interpreta a investigadora Marta em 'Ribeirão do Tempo'
Foto: Jorge Rodrigues / TV Press
Fonte: TV Press
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