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Diversidade entre diretores de cinema continua baixa, diz estudo

Pesquisa analisou filmes lançados em 2017 a fim de verificar a presença de diretoras mulheres e negros, mas não foi constatada melhora

22 jun 2018 - 15h37
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Nos últimos anos, a indústria do cinema tem dado destaque ao debate sobre a inclusão de mais mulheres e negros em papéis de destaque e posições importantes. Entretanto, na prática, a teoria é outra: de acordo com uma pesquisa divulgada recentemente, os filmes lançados em 2017 tiveram, em sua maioria, homens brancos como diretores.

O estudo da Directors Guild of America (DGA) analisou filmes que lucraram ao menos US$ 250 mil com as bilheterias, e constatou que apenas 12% dos diretores desses filmes eram mulheres e apenas 10% eram negros ou pardos.

Os dados não diferiram dos anos anteriores. Em um comunicado, a DGA disse que os responsáveis pela falta de progresso na diversidade são todos os estúdios, produtores, ditribuidores, agentes e financiadores.

"É ultrajante vermos, mais uma vez, tal falta de oportunidade para mulheres e negros para dirigirem filmes de destaque. Nosso novo estudo mostra que as práticas discriminatórias ainda estão ocorrendo em todos os setores da indústria do cinema. Esses números mostram como as fichas são apostadas contra mulheres e negros", disse o presidente da DGA, Thomas Schlamme.

"A inclusão é uma luta e nós estamos lutando contra a indústria há quatro décadas, e tem sido uma batalha difícil conseguir com que ela mude suas práticas de contratação. Em nossas duas últimas negociações, nós pressionamos a indústria a adotar a Rooney Rule [regra de inclusão da Liga de Futebol Americano] em seus processos de contratação, mas eles não cederam. Nós também não vamos ceder - estamos compromissados em manter essa pressão enquanto for necessário", falou Schlamme.

A Rooney Rule é uma regra da National Football League (NFL) que indica que candidatos de minorias sejam entrevistados para certas posições de liderança e destaque no futebol. A regra não estabelece cotas, mas garante que todos tenham acesso ao processo seletivo.

No estudo da DGA, foram analisados 175 filmes americanos lançados em 2016, para verificar a diversidade de gênero, e 141 analisados para verificar a diversidade étnica. Documentários, animações e remakes não foram considerados. Outra análise do relatório incluiu filmes de pequenos orçamentos, considerando 651 longas, e, ainda assim, apenas 16% dos diretores eram mulheres. Não foram divulgados dados sobre diversidade étnica nesse grupo.

"Há esse conceito errado de que as coisas são melhores no mundo dos filmes independentes, mas não é verdade. Do financiamento a contratação, da distribuição até a representação dos agentes, todos os aspectos do sistema dão desvantagens para mulheres e negros", disse o presidente do DGA.

Estadão
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