Minisséries crescem 60% em audiência e ofuscam as novelas
Público de TV parece mais interessado em ficção curta do que nas tramas longas
A novela, quem diria, perdeu seu reinado. Já não é o gênero preferido do telespectador brasileiro.
Levantamento realizado pelo Kantar Ibope Media de janeiro a dezembro de 2016 mostrou a ascensão das minisséries.
A audiência de folhetins de curta duração cresceu 60% na comparação com o ano anterior. De acordo com metodologia da empresa, a minissérie liderou o ranking, deixando a novela em segundo lugar e a transmissão de jogos de futebol na terceira posição.
Ao longo de 2016, tivemos novelas com números de audiência até mais expressivos, porém como o gênero tem muito mais capítulos disponíveis para o consumidor assistir, sua média acaba ficando atrás das minisséries”, afirma Fábia Juliasz, diretora de Video Audience Measurement da Kantar Ibope Media.
No ano passado, a Globo, emissora que mais produz ficção na TV brasileira, exibiu ‘Ligações Perigosas’ em janeiro, com 10 capítulos, e a elogiadíssima ‘Justiça’, entre agosto e setembro, com 20 episódios. Ambas escritas por Manuela Dias, nova estrela entre os autores do canal.
Acostumado a consumir produções de curta e média duração em canais pagos e serviços de streaming como a Netflix, o telespectador demonstra interesse em formatos semelhantes na TV paga.
Cada vez menos gente tem tempo e paciência para acompanhar os novelões com mais de 150 capítulos.
O bom desempenho das minisséries ressalta a audiência instável, ou mesmo negativa, de recentes novelas convencionais.
Na Globo, nenhuma das últimas tramas das 21h atingiu o índice de ‘Império’, no ar de julho de 2014 a março de 2015.
Já na Record, ‘Os Dez Mandamentos’ – transmitida entre março e novembro de 2015 – ainda não foi superada no Ibope pelas sucessoras, incluindo a segunda temporada da própria novela bíblica.