Fátima acerta no tom ao narrar os incidentes na Sapucaí
Apresentadora nunca cai na armadilha da espetacularização da notícia
Ainda que esteja envolvida diariamente com o entretenimento popular no ‘Encontro’, Fátima Bernardes não deixa de ser uma jornalista atenta, sensata e com credibilidade.
Essas características foram ressaltadas na transmissão dos desfiles das escolas de samba do Grupo Especial do Rio.
Vários incidentes obrigaram a apresentadora a assumir uma postura jornalística, como nos velhos tempos de repórter e âncora de telejornais.
Na madrugada desta terça-feira (28), ela conduziu a cobertura do desabamento do teto de um carro alegórico da Unidos da Tijuca.
Alguns repórteres da Globo pareciam mais preocupados com o prejuízo à performance da escola, enquanto Fátima priorizava obter e transmitir informações a respeito dos feridos.
E o fez de maneira discreta, sem jamais aproveitar a ocasião para lançar o sensacionalismo por audiência. Essa é a diferença essencial entre o jornalismo ético e o jornalismo da espetacularização.
No domingo (26), ela teve a mesma postura correta quando uma alegoria da Paraíso do Tuiuti prensou pessoas na grade que separa a pista da arquibancada. Narrou com discernimento e respeito às vítimas.
Naquela noite, a apresentadora suscitou involuntariamente um meme. Quando um carro da União da Ilha avançou em direção ao estúdio da Globo, na dispersão da Sapucaí, Fátima viveu seu dia de Galvão Bueno: “Vai bater, vai bater, bateu”.
A situação inusitada ganhou dezenas de montagens e repercutiu nas redes sociais, assim como a boa forma e a descontração da jornalista nos momentos mais leves da transmissão.
Fátima Bernardes jamais cai na armadilha do ego, tentando aparecer mais do que o show em si, ainda que sempre vire notícia pela celebridade que se tornou.
Nas entrevistas com os integrantes das agremiações, sabe extrair emoção e bom humor, além de demonstrar interesse genuíno pelo Carnaval e sua indústria. No quesito ‘harmonia’, ela merece nota 10.