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Mundo

Antiga sede do Charlie Hebdo vira ponto turístico do horror

Uma rua tranquila de um bairro residencial de Paris se torna pela segunda vez cenário de sangue, medo e revolta

26 set 2020 - 11h04
(atualizado às 11h08)
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O 11° arrondissement de Paris está longe de ser destaque nos guias de turismo. Com exceção de bares e restaurantes, não há muitas outras opções de lazer na área. Prevalece o clima residencial, bucólico, à margem da agitação de regiões badaladas da capital francesa como Marais, Saint-Germain-des-Prés e Montmartre.

Mas desde 7 de janeiro de 2015, o XIe faz parte do roteiro de quem gosta de história e se interessa por cenários de tragédias reais. Foi ali, no prédio do número 10 da rua Nicolas-Appert onde aconteceu o massacre de jornalistas e cartunistas do ‘Charlie Hebdo’.

A fachada do prédio onde funcionava a redação do ‘Charlie Hebdo’ e a primeira edição após a tragédia de 2015: “Tudo está perdoado”
A fachada do prédio onde funcionava a redação do ‘Charlie Hebdo’ e a primeira edição após a tragédia de 2015: “Tudo está perdoado”
Foto: Reprodução

O local voltou ao noticiário mundial com o atentado que deixou duas pessoas feridas a poucos passos do prédio onde o jornal satírico funcionava até aquela tragédia que resultou em 12 mortos. As vítimas de agora são funcionários de uma produtora de vídeo chamada Premières Lignes.

Na noite de sexta-feira (25), telejornais dos quatro cantos do planeta exibiram imagens que pareciam reprises: dezenas de viaturas policiais, equipes de peritos, calçadas isoladas, moradores assustados, jornalistas de plantão.

‘Paris vulnerável novamente?’, questionava a emissora de notícias CNews. Uma matéria relembrou outro momento crítico: os atentados de novembro de 2015, em vários pontos da cidade, quando quase 150 pessoas foram assassinadas por terroristas.

Placas no local do atentado de 2015 servem de fundo para fotos de turistas
Placas no local do atentado de 2015 servem de fundo para fotos de turistas
Foto: Reprodução

Assim como aconteceu há 5 anos, muitos curiosos foram à rua Nicolas-Appert para fazer selfies. Antes do novo ataque, aquele quarteirão — batizado Praça da Liberdade de Expressão — já recebia turistas que posavam diante da placa com os nomes das vítimas do ‘Charlie Hebdo’ e do mural com o desenho dos rostos dos mortos.

A localização da nova sede da publicação especializada em debochar de políticos, artistas e religiões é mantida em sigilo e sob proteção do Estado francês. O esquema de segurança à equipe será redobrado por conta de ameaças feitas nos últimos dias. Teme-se tanto uma ação organizada de grupos extremistas como um ato impulsivo de um lobo solitário.

Legenda: O mural na parede do prédio marcado pelo massacre dos jornalistas e cartunistas do ‘Charlie Hebdo’
Legenda: O mural na parede do prédio marcado pelo massacre dos jornalistas e cartunistas do ‘Charlie Hebdo’
Foto: Reprodução
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