A primeira noite do Planeta Atlântida mostrou a que veio. Desde às 15h30, quando os portões foram abertos, uma platéia que chegou a 45 mil pessoas dançou, pulou e cantou ao som de grandes bandas nacionais. Homenagens a Herbert Vianna foram uma constante durante a noite. O encerramento, perto das 4h30, foi com o rock do Ira! e o paetê da calça do guitarrista, Edgar Scandurra. Os gaúchos da Ultramem, a banda do Bico de luz, primeiros a pisar o palco, ficaram com a tarefa nada árdua de entreter e animar a massa. Depois foi a vez de Zeca Baleiro, que apesar de não ser dos artistas mais populares para o grande público, fez um show animado e dançante.
E a galera levantou de vez com a atração seguinte. Os mineiros do Skank colocaram fogo no público e conseguiram a proeza de atrair os adolescentes que estavam nas tendas temáticas, onde a azaração corria solta. Por quase uma hora, banda e público cantaram juntos hits como É uma partida de futebol e Jackie Tequila.
O show seguinte manteve o público esperto. A banda de Santos Charlie Brown Jr. tocou seu som que mistura ska, rap e riffs de guitarra. O Cidade Negra, a seguir, acalmou um pouco os ânimos, mas sem perder o domínio da platéia, que sabia de cor quase todo o repertório do grupo.
Show surpresa
Os gaúchos do Nenhum de Nós foram a atração surpresa do festival, puxando um coro gigantesco para cantar Camila e Astronauta de mármore entre outros sucessos.
Seguindo a onda de calmaria, a Tribo de Jah trouxe o reggae do Maranhão pela segunda vez ao Rio Grande do Sul. Fechando o momento mais tranqüilo da noite, o Rappa entrou homenageando seu baterista, Marcelo Yuka, baleado em um assalto em outubro do ano passado, e, como todas as outras bandas,o líder dos Paralamas, Herbert Vianna.
A energia do show do Rappa preparou o estado de espírito do público para o fumacê do Planet Hemp. A turma do sagaz homem fumaça entrou, agitou a platéia, leu um manifesto contra Fernando Henrique Cardoso e desfilou suas músicas e sua filosofia a favor da liberação do consumo da cannabis.
Terminando a noite, o Ira! chamou a atenção com o som mais pesado, sempre competente, e também pelo figurino de seu guitarrista, Edgar Scandurra, com sua calça de paetês. A banda paulista encerrou sua participação - e a primeira noite do Planeta - por volta das 4h30, depois da já quase clássica cover de Should I stay or should I go, do britânico The Clash. O público, já um pouco menor, exausto mas satisfeito, foi se recolhendo. Afinal, no sábado tem mais...