Charlie Brown Jr. promete som agressivo em Atlântida
Quinta, 08 de fevereiro de 2001, 12h46min
Um som agressivo é a promessa da banda santista Charlie Brown Jr. para o show que vai apresentar na primeira noite da edição gaúcha do Planeta Atlântida. O festival se realiza nos dias 9 e 10 de fevereiro, na sede campestre da Saba, em Atlântida. A participação também acaba valendo como uma compensação pela saÃda do Rock in Rio, que ainda levanta mágoas nos integrantes do grupo. Liderado por Chorão, o Charlie Brown Jr. vem colhendo os louros de um ano difÃcil. No primeiro semestre do ano passado, o vocalista enfrentou a morte do pai, o que levou a banda fazer uma pausa em suas atividades. A volta foi com o raivoso CD Nadando com os Tubarões, que trouxe o hit Rubão. A letra narra a história de um rapaz pobre que vive um dia de milionário. Na apresentação que fez na edição catarinense do Planeta Atlântida, em Jurerê Internacional, a banda incorporou o figurino do clipe: todos entraram no palco engravatados. Conforme o guitarrista Marcão, essa é a única mudança. A energia e a agressividade do som se mantêm no palco: "Sempre tocamos assim. O nosso forte sempre foi ao vivo". Não há dúvida. Charlie Brown Jr. faz punk rock mesclado ao rap, com energia de sobra para levantar a galera, especialmente em sucessos como Proibida pra mim, que teve em Jurerê Internacional a participação do cantor e compositor maranhense Zeca Baleiro, autor de uma versão acústica da música. Show dedicado ao pai "O show de Atlântida vai ser como o de Jurerê, talvez toquemos mais coisas do disco novo", adianta o guitarrista Thiago. "Procuramos tocar as músicas que a gente mais gosta e que a galera identifica". A performance de Chorão dá o tom do show. Ele entra no palco a bordo de um skate e faz algumas manobras durante as passagens instrumentais. O vocalista dedicou a apresentação ao pai e discursou, obviamente, sobre o Rock In Rio. Charlie Brown Jr. é uma das seis bandas nacionais que, convidadas a participar, decidiram boicotar o festival carioca. Os produtores brasileiros reivindicavam condições similares à s dos astros internacionais. O baterista Pelado diz que o grupo está em uma nova fase, em que a ordem é "menos shows com mais qualidade". Ele resume o sentimento da banda em relação ao Planeta Atlântida: "Fiquei triste pelo Rock In Rio, mas isso aqui, meu amigo, já compensou. Aqui, todo mundo foi tratado igual". "A gente quer sempre fazer o melhor show, para causar a melhor impressão, mas nem sempre isso é possÃvel", disse Chorão. "A gente não tá nem aà pra gringo. Sou brasileiro com muito orgulho". No festival catarinense, Chorão deu sinais de que a banda está em bom astral. Cantou, com Champignon, no show do Cidade Negra, e aproveitou para abraçar o tenista Gustavo Kuerten, o Guga, que circulava pelos bastidores e cumprimentava os artistas. "Tudo o que eu poderia querer de um bom show aconteceu hoje", disse o vocalista no camarim da banda. "Esse ano, tô mais entusiasmado com o trabalho. Estamos começando com o pé direito, com vários festivais desse porte".
Redação Terra
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