PUBLICIDADE

O que foi a saga Dinastia Kang nos quadrinhos e como deve aparecer no MCU?

Saga dos quadrinhos deve servir de inspiração para o próximo filme dos Vingadores e marca a reta final da Saga do Multiverso

10 ago 2022 - 23h00
(atualizado em 11/8/2022 às 11h54)
Compartilhar
Exibir comentários

Sem grandes surpresas, a Marvel confirmou que o vilão Kang, o Conquistador vai ser mesmo a grande ameaça a ser enfrentada pelos seus heróis ao longo dos próximos anos. Contudo, um ponto em específico chamou a atenção no anúncio das fases 5 e 6 do Universo Cinematográfico da Marvel (MCU, na sigla em inglês): o próximo filme dos Vingadores se chamará Dinastia Kang.

Esse é um título bastante significativo não somente por confirmar que o Déspota Temporal vai continuar sendo uma dor de cabeça por mais um bom tempo, mas por sinalizar aquilo que o próximo longa deve apresentar. Embora não tenha sido uma fase muito icônica, Dinastia Kang é uma saga dos quadrinhos bastante marcante por ter sido uma das raras vezes em que o vilão vence e consegue dominar o mundo.

E por mais que a Marvel já tenha um histórico de não adaptar de forma fiel suas histórias, a escolha dessa fase em específico se encaixa muito bem naquilo que a Saga do Multiverso já vem projetando. Assim, pode ir se preparando para ver os Heróis Mais Poderosos da Terra tombando diante de um novo inimigo.

A Dinastia Kang nos gibis

E apesar de ser bem improvável que o MCU siga a história original ao pé da letra, alguns elementos da HQ devem inspirar o cinema na reta final da Saga do Multiverso, principalmente em relação à vitória de Kang.

Nos gibis, a Dinastia Kang foi um arco que se estendeu por dezesseis edições da revista dos Vingadores — ou seja, durou mais de um ano —, tendo iniciado em Avengers # 41, de junho de 2001. E se você nunca ouviu falar dela, é porque ela acabou eclipsada pelo atentado ao World Trade Center, em setembro daquele mesmo ano, o que também afetou o universo dos quadrinhos e o teor das suas histórias.

Apesar disso, a saga começou com proporções bastante grandiosas e envolveu muitos personagens — incluindo alguns que estão ganhando projeção agora no MCU. Na época, o roteirista Kurt Busiek trabalhava com uma formação bastante volumosa dos Vingadores que incluía não apenas medalhões como Capitão América, Homem de Ferro e Thor, mas nomes um pouco menores como Magnum, Carol Danvers (que usava o nome Warbird e era bem coadjuvante) e até os irrelevantes Triatlo e o Valete de Copas.

Além disso, outros heróis que não faziam parte do grupo participaram da trama. Isso inclui a Mulher-Hulk, o Cavaleiro Negro, Fóton e Hércules. E por mais que a gente saiba que a entrada recente desses personagens no MCU pode não ser relevante para o filme de Dinastia Kang, a expectativa sempre fala mais alta.

O vilão que dominou o mundo

Mesmo com uma quantidade de heróis o suficiente para formar um time de futebol, os Vingadores não foram capazes de deter Kang, o Conquistador em seu plano mais perfeito até agora. Isso porque o vilão usou sua capacidade de controlar e viajar pelo tempo e pelo multiverso para fazer o mundo de refém.

A saga começa quando o vilão Centurião Escarlate chega à ONU para dizer que seu mestre queria tratar sobre o futuro do planeta. Só que ele é recebido por parte dos Vingadores que, em sua política de negociar na base da porrada, partem para o ataque. É quando o próprio Kang chega e destrói tudo com uma simples rajada de energia vinda do espaço.

O vilão então apresenta sua reviravolta: embora tenha explodido a sede da ONU, ele criou redomas de energia que protegeram todos que estavam dentro do prédio — um sinal tanto de força quanto de boa vontade com o povo da Terra. Assim, ele explica que sua intenção é proteger o mundo de futuros apocalípticos que se aproximam.

Por ser esse viajante temporal, ele diz ter visto centenas de realidades em que o planeta é destruído ou dizimado e que todos eles são inevitáveis — a não ser, é claro, que o próprio Kang possa evitá-los. Para isso, porém, ele precisa que os governos mundiais se rendam para que ele possa governar o mundo e protegê-lo como um verdadeiro soberano.

É óbvio que ninguém aceita essa ideia tirânica, então o Déspota Temporal dá um tempo para que os governos decidam o que fazer: ou se submetem às exigências ou ele próprio vai iniciar seu plano de conquista.

Só que essa é apenas uma parte do plano de Kang. Em paralelo, ele passa a organizar diferentes ataques em vários pontos do planeta. Com o auxílio de Attuma — inimigo de Namor e que estará em Pantera Negra: Wakanda para Sempre — e dos Deviantes, faz ofensivas na Europa, China e até no Canadá.

A ideia do vilão era simples: criar um caos generalizado no planeta para forçar os heróis a se espalharem, enfraquecendo as forças de defesa do mundo. A velha estratégia de dividir para conquistar.

Nesse ínterim, o governo americano decide que precisa responder à altura as ameaças de Kang e planeja soltar todo seu contingente de Sentinelas contra o vilão, que orbitava a Terra em sua nave. Só que esse era um movimento esperado pelo Déspota Temporal, que assume o controle dos robôs gigantes e os utiliza para realizar um grande ataque a Washington junto com uma projeção gigantesca sua, praticamente destruindo a capital americana.

Com milhares de mortos e sem conseguir reagir, a Terra aceita os termos e se rende. Assim, Kang finalmente domina o mundo.

E os Vingadores?

Como dito, o grande plano de Kang foi separar os Vingadores para fazer uma única grande investida que colocasse a Terra contra a parede. Assim, o que temos ao longo da saga são os Maiores Heróis da Terra espalhados em vários núcleos — o que torna Dinastia Kang também uma enorme salada de acompanhar.

Ao longo dessas 16 edições que englobam a saga, a coisa se desenrola de forma tão rocambolesca que é até difícil resumir o que aconteceu — até porque, em alguns momentos, a coisa descamba para uma novela bem estranha.

Isso inclui o surgimento de duas versões de Hank Pym e toda uma trama bem confusa com Carol Danvers. Ela acaba tendo que enfrentar o desconhecido vilão Mestre do Mundo, que controla parte da tecnologia usada por Kang para dominar os grandes centros. Lá, ela encontra o Centurião Escarlate e descobre que ele é o filho de Kang com quem ela tinha uma antiga (e bastante problemática) história no passado.

O que importa dessa bagunça toda é que o Centurião acaba ajudando Danvers por ter um sentimento por ela e a heroína simplesmente mata o Mestre do Mundo, ajudando a livrar algumas cidades que estavam situadas. Era o início do contra-ataque da Terra.

Já a equipe que partiu para o espaço se prepara para cair no tapa, com direito ao Capitão América acessando uma tecnologia usada por Kang para gerar um holograma sólido gigantesco. Assim, a batalha final de Dinastia Kang para o herói e vilão lutando no espaço em proporções colossais — quase como dois kaijus cósmicos.

No fim das contas, o Sentinela da Liberdade consegue encontrar o Kang verdadeiro e dá uma surra de respeito, finalmente derrotando o Désposta Temporal e livrando a Terra de seu (breve) domínio.

E o que poderia ser um fim clássico de história termina numa bela reviravolta, com o Centurião Escarlate surgindo do nada para resgatar seu pai e levando-o de volta para sua nave. O que ninguém esperava entretanto, era que Kang matasse o próprio filho por ele ter ajudado Carol Danvers — e é quando a HQ revela que o Centurião Escarlate era parte de um programa criado por Kang para criar o filho perfeito e que a versão que participa da história era apenas uma delas.

Dinastia Kang no MCU

Como seu para perceber, a Dinastia Kang das HQs não é o momento mais inspirado da história da Marvel e, por isso mesmo, é difícil acreditar que o próximo Vingadores vai seguir esse roteiro. Contudo, podemos esperar algumas claras inspirações para o futuro que se desenha no MCU.

O principal ponto que o cinema deve trazer dos quadrinhos é a vitória de Kang. Isso parece claro, até porque vamos ter dois filmes do grupo sendo lançados em questão de meses em 2025, o que sugere que vamos ver o vilão despontando como essa grande ameaça à Terra e usando todas as suas artimanhas temporais e multiversais para vencer os heróis.

É mais ou menos a mesma estrutura que a Marvel adotou com Vingadores: Guerra Infinita e Ultimato. No primeiro filme, Thanos aparece como o inimigo imbatível que consegue superar qualquer tentativa de resposta dos heróis e, no fim, termina alcançado seu objetivo. Assim, a sequência tratou a resposta para consertar o problema.

Assim, levando em conta o que a saga Dinastia Kang apresentou, é bem provável que vejamos a mesma lógica sendo aplicada. Não dá para dizer se vamos ver o Déspota Temporal surgindo com a promessa de salvar o mundo de um futuro apocalíptico, mas é um caminho lógico considerando aquilo que a Fase 5 deve desenvolver, seja com Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania e a segunda temporada de Loki.

Outro ponto que pode ser extraído da HQ é essa ideia de dividir para conquistar. Mais uma vez, essa foi uma característica que deu muito certo na conclusão da Saga do Infinito, dividindo os Vingadores em pequenos núcleos para tentar resolver o problema e que, na Saga do Multiverso, tem um potencial ainda maior.

O próprio presidente do Marvel Studios, Kevin Feige, explicou que o MCU está crescendo em diferentes frentes. Temos heróis cósmicos com os Guardiões da Galáxia e Eternos, internacionais como o novo Capitão América e urbanos como Homem-Aranha e Demolidor. De quebra, há ainda o lado místico do Doutor Estranho e fantástico com a entrada de Blade. E isso deve ser usado para mostrar as diferentes implicações da conquista de Kang em várias escalas.

Assim, é bem provável que Vingadores: Dinastia Kang dedique um tempo para mostrar essa divisão que os quadrinhos já apresentaram para mostrar como cada um desses núcleos vai reagir (e encarar) a ameaça multiversal. E é o tipo de pluralidade de abordagem que a gente gosta de ver.

Por outro lado, o MCU deve seguir por caminhos bem diferentes no que diz respeito à conclusão. Isso significa que dificilmente vamos ver um Capitão América gigante lutando contra um Kang igualmente colossal — já basta o final de Cavaleiro da Lua. Até porque Dinastia Kang é apenas o começo da história que vai culminar em Vingadores: Guerras Secretas, que deve seguir os acontecimentos de outra saga da Marvel e, essa sim, muito mais conectado à ideia do multiverso e das incursões.

Trending no Canaltech:

Canaltech
Compartilhar
Publicidade
Publicidade