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Valeu, Kenny Rogers

Ele era a voz doce, a figura bonita de cabelos grisalhos que adorávamos. Até que, numa dessas tantas e tantas viagens, chegamos a Las Vegas.

23 mar 2020 - 07h14
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Quantas vezes giramos o botão do dial no rádio do carro ao rodar pelas estradas do nortão, do oeste, do mid-west americano, estradas do Texas, do Tennessee, do Missouri para ouvirmos sua voz romântica que tanto nos empolgava. Batíamos palmas acompanhando o ritmo no tempo fraco, dançávamos sentados no assento, felizes com a melhor trilha musical para uma viagem de automóvel pelos EUA, a Country Music.

Em tantas viagens sempre em busca da música, sua voz, suas canções eram a essência que invadia e invade até hoje as emissoras de radio do país. Basta sair das grandes capitais, das cidades mais turísticas, para reconhecer que essa é a real música do interiorzão dos Estados Unidos. Não tem para ninguém.

Kenny Rogers era a voz doce, a figura bonita de cabelos grisalhos que adorávamos. Até que, numa dessas tantas e tantas viagens, chegamos a Las Vegas.

Na busca de nosso hotel, atravessando a Strip forrada de luminosos, vimos no totem do The Colosseum no Caesar's Palace o nome da grande atração: Kenny Rogers. Que noite inesquecível. Plateia abarrotada, feliz, à espera de seu ídolo. Kenny Rogers surge triunfal com a classe de um cavaleiro andante. Uma a uma, vamos ouvindo e aplaudindo ferozmente You and I, Evening Star das suas parcerias com Maurice Gibb, o australiano dos Bee Gees, uma depois da outra.

Até que chega o momento culminante do show com Islands in the Stream com Kenny em solo na primeira parte e o público gritando de alegria: "Baby, when I met there was peace unknown...". Na repetição, entra a figura loira, peituda e cativante da mignon Dolly Parton e os dois cantam juntos quando acontece o refrão que derruba quem não entende o contratempo do ritmo, "Islands in the stream / That is what we are / No one in between / How can we be wrong...", como no disco que conhecíamos de cor (Ilhas no regato / É o que somos nós / Ninguém entre nós / Como estar errados?). Seguiam juntos em duo até o final. Foi lindo, foi inesquecível. É o maior dueto da história da Country Music. Até hoje dançamos juntos sempre que ouvimos Kenny Rogers e Dolly Parton, lembrando do privilégio que tivemos.

Estadão
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