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Streaming faz indústria fonográfica ter melhor resultado em 20 anos

12 abr 2016 - 14h15
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As receitas da indústria fonográfica em nível mundial registraram em 2015 o melhor resultado em 20 anos, uma alta de 3,2%, graças ao aumento do uso do streaming, os serviços de música ao vivo pela internet, de acordo com a Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI, na sigla em inglês).

A organização apresentou nesta terça-feira, em Londres, seu relatório anual, no qual revelou que o setor experimentou no ano passado o "crescimento mais significativo" desde 1995, ao registrar um lucro de US$ 15 bilhões.

A executiva-chefe da IFPI, Frances Moore, afirmou que esse resultado ocorreu devido às receitas derivadas do streaming, que cresceram 45,2% no ano passado e atingiram US$ 2, 9 bilhões.

Plataformas que oferecem esse tipo de serviço, como o Spotify, representam 43% do total de vendas de música digital, ficando a apenas dois pontos percentuais de superar os downloads como o principal responsável por receitas do segmento.

O ano de 2015 foi caracterizado por outra mudança de tendência interessante, já que, pela primeira vez, as receitas globais ligadas à música digital superaram as vendas físicas.

A comercialização de formatos digitais representou 45% do total de receitas globais contra 39% das vendas físicas. A porcentagem restante pertence ao obtido pela atuação de artistas e produtores.

Em nível mundial, as receitas da música digital cresceram 10,2%, enquanto as vendas de formatos físicos como CDs e vinis caíram 4,5%. Por regiões, a alta geral de comercialização na Europa foi de 2,3%, próxima à registrada na América do Norte (1,4%) e dos 5,7% da Ásia, mas muito distante dos 11,8% da América Latina, que pela quinta vez liderou o ranking de crescimento do setor.

O vice-presidente-executivo de Estratégia Digital da Universal Music, Michael Nash, disse que está ocorrendo uma migração dos usuários para os serviços de streaming. As assinaturas de serviços "premium" já contam com 68 milhões de usuários, contra 41 milhões de 2014 e apenas 8 milhões em 2010.

O diretor-executivo da Sony Muci, Stu Bergen, afirmou que não há dúvida de que o streaming "é o futuro" e que a indústria musical "deveria crescer em um ritmo mais rápido", da mesma forma que os serviços de música digital online.

Bergen disse que a publicação do último trabalho de Adele, "25", o álbum mais vendido do ano passado com 17,4 milhões de cópias no mundo todo, ajudou a melhorar os números do setor, mas reiterou que avanço da indústria "foi impulsionado pelas assinaturas".

"Vivemos uma explosão no consumo da música em países como o México e a China que, no entanto, só se transformou em um aumento de 3,2% nas receitas em nível mundial e isso não é bom", explicou.

A IFPI denunciou em seu relatório que os artistas e as gravadoras não recebem uma justa remuneração por seu trabalho, devido uma distorção no mercado que batizam como "brecha de valor", da qual se "beneficiam" plataformas como o YouTube.

O setor da indústria musical criticou o fato de esses serviços digitais, nos quais os usuários colocam seus conteúdos na rede, não utilizam o mesmo sistema de licenças como aplicativos como o Spotify, que permitem uma remuneração justa aos artistas pela reprodução de seu trabalho.

"Essas plataformas de grandes conteúdos contam com até 900 milhões de usuários, um volume considerável que gera uma pequena fatia de benefícios à indústria musical, concretamente US$ 634 milhões", disse a IFPI.

Moore evidenciou que o setor está diante de "um problema estrutural que deve ser melhorado com novas leis" e que afeta não só gravadoras e artistas, mas também fotógrafos e veículos de imprensa, como as emissoras de televisão.

EFE   
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