Shows do Coala Festival celebram diversidade e politização
Evento aconteceu no Memorial da América Latina, em São Paulo, no fim de semana, com destaque para Ney Matogrosso, Duda Beat e Djonga
O Coala Festival reuniu neste sábado (7) e domingo (8) grandes nomes da música brasileira. Em uma verdadeira celebração da diversidade, o público majoritariamente jovem presenciou a performance de nomes como Ney Matogrosso, Duda Beat, Baianasystem e Djonga.
E nem mesmo o forte sol e o calor espantaram os milhares de presentes no encerramento neste domingo, no Memorial da América Latina. A grande concentração do público começou às 16h, durante o show de Maria Gadú e Chico César. Ao longo da apresentação, os artistas entoaram Lula Livre e Preta Livre [liderança do movimento de moradia presa há mais de dois meses], discursaram a favor da liberdade de expressão e deram o tom que o festival assumiria daí pra frente.
Outro nome de destaque no festival foi o rapper mineiro Djonga, que agitou o público com o repertório de sua turnê "Ladrão", o último trabalho do artista. Com palavras de ordem como "fogo nos racistas", o público cantava em coro todas as letras do cantor.
O encerramento da noite ficou por conta de um dos maiores nomes da MPB: O veterano Ney Matogrosso, que no auge dos seus 78 anos de idade esbanjou energia para os milhares de presentes.
Em uma apresentação emocionante, Ney abriu o show com o sucesso que inspira o nome de sua turnê, "Eu Quero É Botar Meu Bloco Na Rua", de Sérgio Sampaio. Em uma coleção de hits que passou por Rita Lee e Secos e Molhados, Ney Matogrosso entregou uma performance que impressiona, seja por sua energia jovem ou mesmo pela voz impecável, que segue intocada mesmo depois de mais de 40 anos de carreira.
No fim das contas, o Coala Festival foi uma celebração millennial e da diversidade. Isso porque o público jovem, politizado e com looks extravagantes são a cara da geração dos anos 90. No fim da noite de domingo, o Memorial da América Latina presenciou uma grande festa musical, que em tempos de polarização política marcou sua posição bem claramente, com destaque para o coro coletivo em "Como Nossos Pais", que ecoava pelas caixas de som durante o intervalo entre shows.