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Estudante tem a honra de tocar um violino Stradivarius

Desaparecido por 35 anos, instrumento de 1734 havia sido roubado de seu proprietário

13 out 2018 - 06h11
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Na última vez que um jovem aspirante a violinista ficou vidrado neste Stradivari 1734, em 1980, ele simplesmente roubou o violino, levando-o do escritório do proprietário, o virtuose e professor Roman Totenberg (1911-2012), na Escola de Música Longy, em Massachusetts. O instrumento ficou desaparecido por 35 anos. Agora, o violino, que vale milhões, está em mãos de outro estudante de música - desta vez, legalmente, por empréstimo.

O Strad roubado reapareceu em 2015, vários anos após a morte do ladrão, um violinista com uma carreira tumultuada, quando sua viúva entregou o instrumento ao FBI. O Strad foi então devolvido às três filhas de Totenberg, que decidiram restaurá-lo e vendê-lo - mas com a exigência de que ele ficasse com um músico, e não trancado num cofre de colecionador.

"Meu pai era um professor maravilhoso", disse Nina Totenberg, que é correspondente da National Radio Public (NPR). "Ele adorava ensinar música aos jovens."

Entretanto, foi mais fácil planejar do que fazer o violino chegar a um jovem instrumentista. Os melhores Strads são vendidos por milhões de dólares - o que os deixa fora do alcance da maioria dos artistas, que dirá de estudantes.

As Totenbergs apelaram para Rare Violins, de Nova York, que restaura e vende instrumentos. Após uma primeira negociação frustrada, a empresa vendeu o Strad para um comprador anônimo que concordou em emprestá-lo a um jovem violinista promissor. A Rare não informou o valor pago, revelando apenas que ficou entre US$ 3 milhões e US$ 10 milhões. Também não informou o tempo que o instrumento ficará emprestado.

O Strad foi apresentado oficialmente ao primeiro beneficiado pelo empréstimo, Nathan Meltzer, de 18 anos, que estuda com Itzhak Perlman e Li Lin na Juliard School, no dia 9 nos escritórios da Rare Violins, perto do Carnegie Hall. Sob o olhar das irmãs Totenbergs, Meltzer executou no velho violino que pertenceu ao pai delas o Recitativo e Scherzo, de Fritz Kreisler. "Ele tem um tom belo e caloroso e responde rapidamente", disse Meltzer. "Até agora, estou em lua de mel, tocando e ao mesmo tempo ouvindo o violino." / Tradução de Roberto Muniz

Estadão
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