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Com música "para formar opinião", The BellRays mescla rock e soul

6 dez 2011 - 10h21
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"Eles queriam que as pessoas se levantassem, precisassem levantar e ver o que estava acontecendo. Formar uma opinião. Reagir". Esta é uma das frases do site oficial do The BellRays que define o que o quarteto criado em 1991 em Los Angeles, Califórnia, sob influência de Billie Holiday, The Ramones e Led Zepellin. Da formação original, restam apenas dois integrantes: Lisa Kekaula, dona de voz poderosa, marca registrada da banda, e o guitarrista Bob Vennun. A mistura dos dois deu origem ao som de proposta inovadora: mistura de rock de garagem e soul, blues e punk. Atualmente, Lisa e Bob são acompanhados do baixista Justin Andres e do guitarrista Stefan Litrownik.

"Somos diferentes, não fazemos como as pessoas esperam. Desafiamos", disse Lisa Kekalua
"Somos diferentes, não fazemos como as pessoas esperam. Desafiamos", disse Lisa Kekalua
Foto: Divulgação

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Em sua segunda passagem pelo Brasil - a primeira foi em 2007 - Lisa conversou com o Terra, e deixou claro: The BellRays não faz tipo e nem quer agradar a todos. "Somos diferentes, nao fazemos o som como as pessoas esperam que seja. Não quero ser o arroz e feijão que todo mundo come. Gosto da minha comida diferente".

A banda se apresentou em Goiânia na última sexta-feira (2), e fará um show ainda nesta terça (6) em São Paulo.

Terra - Como foi o show em Goiânia? Vocês estão ansiosos para se apresentar outra vez no Brasil?

Lisa Kekalua - Muitos! O show foi maravilhoso, divertido, com muitas pessoas, apesar de ser tarde. Foi uma ótima noite de rock´n´roll! O público foi fantástico, cantaram e dançaram cheios de energia, apesar do horário.

Terra - No site oficial do BellRays, vocês dizem que o som que fazem é feito para as pessoas "formarem opinião, reagirem". Vocês acreditam que isso ocorre na prática - tanto com você, como no atual cenário musical?

Lisa Kekalua - Acho que é bem difícil não reagir ao nosso som. Nossa música é orgânica, real, baseada em impulsos. O que fazemos é movido por um fogo, e sinto falta desse fogo no cenário atual. Bom, é uma situação natural, muitas músicas pop tentam te enganar, fazer com que você ache que elas têm isso, quando na verdade é propaganda, indústria. Claro que tem gente boa também, mas é mais raro.

Terra - Qual a maior influência musical da banda? Vocês têm ouvido grupos novos?

Lisa Kekalua - Ah, muita coisa. Qualquer coisa dos anos 80. Mas há músicos novos com ideias diferentes, esperando para se expressar. Mas isso não quer dizer que serão um sucesso. Hoje em dia todo mundo tenta ser o Michael Jackson - e não consegue...

Terra - E música brasileira?

Lisa Kekalua - Olha só, estávamos falando agora há pouco dos Raimundos. É legal!

Terra - É difícil ser a única mulher rodeada por homens?

Lisa Kekalua - Sim! (risos). É dificil, muito! Mas vale a pena. É um mundo de meninos, o do rock'n'roll. Não sei o motivo, mas se você pensar nas bandas populares, quase todas são de homens. Mulheres em rock são difíceis de achar, elas são marginalizadas. Tem muito preconceito, pelo menos nos Estados Unidos.

Terra - E há preconceito em relação a essa mistura de blues e punk que vocês fazem?

Lisa Kekalua - Toda vez que é necessário pensar nas origens do som, ele é desafiador. Por exemplo, quando você cozinha e quer agradar a todos, a comida fica razoável - sem sal, sem tempero. A música pop é assim. Nós somos diferentes, não fazemos como as pessoas esperam. Desafiamos. Não quero que todos sejam gostem de mim, não quero ser o arroz e feijão que todo mundo come. Eu gosto da minha comida diferente.

Terra - Após mais de 20 anos tocando juntos, o que ainda falta alcançar?

Lisa Kekalua - O objetivo sempre é conseguir achar o nosso público, gente que goste da nossa música. Ficamos por muito tempo underground, acho que pouca gente teve a oportunuidade de nos ouvir. Nós optamos por não seguir o caminho fácil, que leva à fama. Ainda há partes do mundo em que não conseguimos chegar.

Fonte: Terra
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