Príncipes

Em 19 de abril de 1956, o então príncipe de Mônaco Rainier III e a estrela de Hollywood Grace Kelly se casaram na Catedral de Saint Nicholas, em uma cerimônia assistida por mais de 30 milhões de pessoas pela televisão. Vinte e cinco anos depois, em 29 de julho de 1981, o príncipe da Inglaterra Charles e a plebeia Diana pararam o mundo ao oficializarem a união na Catedral de Saint Paul, aos olhos de cerca de 750 milhões de telespectadores. Dois casamentos históricos, que, infelizmente, não tiveram um final feliz. Os herdeiros de Mônaco, Albert II, Caroline e Stéphanie, assim como os príncipes William e Harry, viveram toda a infância sob os holofotes e precisaram lidar com a morte prematura de Grace e Lady Di, ambas mortas em trágicos acidentes de carro. Albert II e William têm muita coisa em comum, mas o britânico saiu na frente ao anunciar Catherine Middleton como sua escolhida. Pensando nisso, o Terra fez um comparativo especial entre os dois casamentos reais. Será que o enlace do príncipe monegasco com Charlene Wittstock será tão grandioso quanto ao do atual Duque de Cambridge?

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Charlene, 33 anos, conheceu Albert, 53, em 2000, em Monte Carlo, onde participou de uma competição internacional de natação. A futura princesa foi vista pela primeira vez junto ao príncipe em 2001, em Mônaco e, a partir de 2006, suas aparições conjuntas se multiplicaram. A ex-nadadora se instalou há cinco anos no principado e, no ano passado, recebeu o esperado anel de compromisso.

Relacionamento

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William, 28 anos, e Catherine, 29, namoraram por oito longos anos antes de oficializarem a união. O casal – que se conheceu no primeiro ano de faculdade, quando dividiu uma casa universitária – iniciou o romance no Natal de 2002 e assumiu o relacionamento apenas dois anos depois. Apesar de um breve término em 2007, William mostrou seu arrependimento ao anunciar o noivado em 2010. Em 2011, os dois finalmente subiram ao altar.

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A plebeia Charlene Wittstock é uma ex-campeã de natação sul-africana de origem zimbabuana loira, alta e de olhos azuis. De família simples – ela é filha de um técnico de informática e de uma ex-mergulhadora olímpica –, começou a nadar aos três anos e, aos oito, descobriu a paixão pelo esporte. No início dos anos 1990, passou a participar de campeonatos na África do Sul, chegando a representar o país nos Jogos Olímpicos de Sydney, em 2000. Em 2002, ganhou três medalhas de ouro na Copa do Mundo, mas acabou sendo afastada das piscinas devido a uma lesão nas costas. Apesar de não ter sangue azul, Charlene conquistou os monegascos por sua simpatia e pela ligeira semelhança com a mãe de Albert, a atriz Grace Kelly.

Charlene X Catherine

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Filha mais velha do empresário Michael Francis Middleton, ex-piloto de linha aérea, e da ex-aeromoça Carole Elizabeth Middleton, Catherine Middleton era uma jovem de família classe média que se tornou milionária em 1986, quando a mãe teve a ideia de montar uma companhia para vender materiais para festas infantis. Catherine é a primeira rainha da Inglaterra a ter um diploma – ela é formada em História da Arte pela Universidade de St. Andrews, na Escócia – e, além de ajudar os pais em sua empresa, chegou a trabalhar por um breve período na área de vendas da loja de roupas londrina Jigsaw.

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Solteiro convicto, Albert II recebeu bastante atenção da mídia por seus sucessivos romances, quase sempre com jovens atrizes e modelos, entre elas Brooke Shields e Claudia Schiffer. Além disso, o príncipe reconheceu dois filhos de breves relações: Jazmín Grace, de 19 anos e fruto do relacionamento com a ex-garçonete americana Tamara Rotolo, e Alexandre, de 7, da relação com a ex-aeromoça Nicole Coste. Segundo a Constituição, eles não podem sucedê-lo no posto por não terem sido gerados durante um casamento.

Vida amorosa dos noivos

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Apesar de ser raramente visto com possíveis namoradas, William se envolveu com algumas jovens ricas e de famílias influentes antes de se casar com Catherine. Oficialmente, o príncipe assume o namoro com apenas quatro delas: a estudante de teatro e cantora Rose Farquhara, filha de um rico proprietário de terras na Inglaterra e amiga de infância de William; a organizadora de eventos Jecca Craig; a colega de faculdade Olivia Hunt; e a atriz Isabella Anstruther-Gough-Calthorpee, que conheceu entre as idas e vindas com Kate.

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Albert e Charlene decidiram celebrar sua união em dose tripla: as comemorações começam já na quinta-feira (30), com uma coletiva de imprensa no Hotel Méridien. Depois, os noivos promovem um show da banda de rock Eagles, no Estádio Louis II, para cerca de 15 mil pessoas residentes no principado ou em comunidades vizinhas. No dia seguinte, às 12h, acontece a cerimônia civil, no Palácio Grimaldi, na presença dos familiares. Logo após, o casal irá saudar, da varanda da Sala dos Espelhos, a multidão na praça do palácio e, às 13h30, os convidados assistirão a um concerto do músico Jean Michel Jarre. No dia 2, também às 12h, será realizada a cerimônia religiosa, no pátio principal do palácio, com a presença de 3500 convidados. Acompanhados pela Orquestra Filarmônica de Monte Carlo, darão voz aos temas litúrgicos escolhidos pelo casal a soprano americana Renée Fleming, o tenor peruano Juan Diego Florez, o tenor italiano Andrea Bocelli e o ex-Beatle Paul McCartney. Às 13h30, os recém-casados desfilarão em público até a Igreja de Sainte Dévote e, por fim, às 16h, será servido um jantar de gala na Ópera Garnier, com direito a fogos de artifício.

Cerimônia de casamento

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O casamento do filho mais velho de Diana com Catherine foi realizado na Abadia de Westminster – onde a rainha Elizabeth II e a mãe dela se casaram, e onde ocorreu o velório da princesa Diana, em 1997. Das 1900 pessoas convidadas para a cerimônia, apenas 600 participaram da recepção no Palácio de Buckingham, a convite da rainha Elizabeth II, e 300 à ceia, que foi seguida de um baile organizado pelo príncipe Charles, no mesmo local.

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Durante as duas cerimônias de casamento do príncipe Albert II, nos dias 1 e 2 de julho, é proibido sobrevoar o Principado de Mônaco. As zonas de proibição de sobrevoo são decretadas apenas durante eventos muito importantes, como a reunião de cúpula do G8 em Deauville, na França, realizada no começo do ano. Além disso, a segurança policial nas ruas foi reforçada com 521 agentes.

Medidas de segurança

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A Polícia Metropolitana de Londres mobilizou cerca de cinco mil agentes para garantir a segurança do casamento real e vasculhou cada metro quadrado da região em busca de explosivos. Como medida preventiva, as autoridades baniram 60 pessoas da cidade, consideradas perturbadoras da ordem pública. A preocupação dos policiais não era com uma possível ameaça de ataque terrorista, mas, sim, com grupos anarquistas, contrários à monarquia britânica.

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Mônaco espera que o casamento real ajude a reaquecer sua economia e não está poupando esforços para atrair os visitantes. O principado estima receber cerca de 200 mil turistas, a maioria deles vinda da França e da Itália. Os hotéis estão quase lotados e o comércio está mais agitado que nunca, com a venda em massa de taças de champanhe personalizadas, moedas comemorativas e até pingentes com o emblema do casamento: as iniciais de Albert e Charlene, entrelaçadas em uma coroa. Além disso, os estacionamentos da região serão gratuitos durante os dias de festas, transmitidas ao vivo por dezenas de canais de televisão.

Preparativos

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Pessoas de todo o mundo partiram em direção a Londres para assistir ao casamento do filho mais velho de Lady Di. Dezenas de milhares de pessoas se concentraram nas ruas e muitos passaram a noite na região, em tendas de campismo ou mesmo ao relento, para garantir um bom lugar para acompanhar o cortejo nupcial. A economia britânica também lucrou com a cerimônia, já que todo tipo de suvenir foi cobiçado pelos turistas, como copos, pratos, chaveiros, bonés, camisetas, xícaras de porcelana, latas de cerveja, agasalhos para cães, anéis de noivado, minicarruagens de plástico e até preservativos e sacos de vômito.

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Nada de carruagem para Albert e Charlene. Na noite do dia 2 de julho, o casal percorrerá as ruas de Mônaco em um Lexus LS 600HL descapotável e com bancos elevatórios. Graças ao seu motor híbrido, o veículo emite muito menos CO2 que qualquer um dos modelos de luxo guardados nas garagens do palácio - fator importante para o príncipe, conhecido por suas preocupações ambientais.

Carruagem

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Catherine optou por chegar à Abadia de Westminster de carro e deixar a igreja de carruagem – simbolizando sua transição de plebeia à princesa. O veículo escolhido foi um Rolls Royce, que ficou famoso por ter sido atacado durante um protesto de estudantes quando transportava o príncipe Charles e sua mulher, Camilla.

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Reis, príncipes, chefes de Estado, diplomatas, familiares e amigos se reunirão no sábado (2) para a cerimônia religiosa de casamento do príncipe de Mônaco. Oficialmente, foram convidados os chefes de Estado dos países que Albert já conheceu em visita oficial desde que assumiu o trono, em 2005, além dos chefes de Estado dos países ligados às famílias (Estados Unidos, Irlanda e África do Sul). A presidente da República da Irlanda, Mary McAleese, assistirá à cerimônia ao lado de outros líderes europeus, entre eles o presidente da França, Nicolas Sarkozy, e o da Alemanha, Christian Wulff. No entanto, não estarão presentes no casamento o presidente americano Barack Obama e o chefe de Estado sul-africano, Jacob Zuma. A lista de representantes das famílias reais que estarão presentes na cerimônia inclui os soberanos da Bélgica e da Suécia e os príncipes herdeiros da Dinamarca e da Holanda. Também devem ir o conde e a condessa de Wessex, que representarão a Inglaterra, assim como a família real de Sabóia e o emir do Qatar. Os Príncipes das Astúrias, que estavam incluídos na lista de convidados, não estarão presentes em Mônaco, devido a uma recente operação do rei Juan Carlos. Também estão confirmados Bernard Arnault, proprietário do grupo de luxo LVMH, o balonista suíço Bertrand Piccard, o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Jacques Rogge, e o presidente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), Jean Todt. Do mundo da moda, estarão presentes o estilista Karl Lagerfeld, diretor artístico da Chanel, assim como a ex-modelo britânica Naomi Campbell e a desenhista francesa Inès de la Fressange.

Convidados

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Cerca de 1900 pessoas foram convidadas para o casamento religioso de William e Catherine, entre eles membros das principais realezas do mundo, como a rainha Sofia da Espanha, os príncipes de Astúrias Felipe e Letizia e o sultão de Brunei, e centenas de presidentes e representantes da alta sociedade britânica, como o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, o jogador de futebol David Beckham, o cantor Elton John e o ator Rowan Atkinson. A "sociedade civil" foi representada pelo lado da noiva, com a participação do açougueiro, do carteiro e do dono do pub de Bucklebury, povoado onde a família de Catherine vive. Os ex-primeiros ministros Gordon Brown e Toni Blair não foram à cerimônia.

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Alain Ducasse (à esquerda), chef responsável pelo menu do casamento do príncipe de Mônaco com Charlene Wittstock, contará com a ajuda de 350 assistentes para preparar o jantar servido na festa após a cerimônia do dia 2 de julho, realizada para 500 convidados. Segundo ele, serão criados três pratos locais, com inspiração na cozinha mediterrânea, incluindo peixes frescos, hortaliças e frutas para a sobremesa. O bolo de casamento trará a flor nacional da África do Sul, país natal da noiva.

Cardápio

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O cardápio do casamento de William e Catherine foi guardado a sete chaves pelo chef Mark Flanagan e por sua equipe, composta por 21 pessoas. Os 600 convidados para a festa no Palácio de Buckingham deliciaram-se com cerca de 15 mil canapés, entre eles ovos de codorna com sal de aipo, minipudins Yorkshire com rosbife, minirrolos de salsichas, pato defumado, chutney de pêra, queijo de cabra, nozes caramelizadas e salmão defumado com blini de beterraba. Os doces, por sua vez, ficaram a cargo da chef Kathryn Boyden e variavam de trufas de chocolate amargo, ao leite e branco, a patê de blood orange. Já o bolo de casamento foi criado pela doceira Fiona Cairn, com vários andares e decorado com flores feitas de açúcar.

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Ao contrário de Catherine, Charlene não fez mistério sobre quem iria desenhar seu vestido de casamento. Logo que a união foi anunciada, a noiva contou que o modelo seria criado por seu estilista preferido, o italiano Giorgio Armani. Já o príncipe Albert deverá ser vestido por Karl Lagerfeld, da Chanel.

Vestido

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Durante meses, a imprensa britânica tentou adivinhar o nome do estilista responsável pelo vestido de Catherine, mas a resposta só foi dada no grande dia. O modelo, com um aplique de renda feita à mão sobre um corpete cor de marfim e uma saia em seda e cetim, foi desenhado pela estilista Sarah Burton, da grife Alexander McQueen, e comparado por muitos com o de Grace Kelly – que casou-se com o príncipe Rainier de Mônaco, pai de Albert II. A cauda media 2,70 metros e o desenho da renda do vestido incluía rosas, cardos (uma planta com espinhos), narcisos e trevos - os quatro emblemas florais do Reino Unido.