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Promotores dão argumento final sobre julgamento de Weinstein

Defesa do cineasta afirma que as acusadoras mantiveram relação cordial por anos após os supostos ataques

14 fev 2020 - 12h10
(atualizado às 14h08)
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Nesta quinta-feira, 13, jurados foram ouvidos sobre o julgamento do produtor de cinema Harvey Weinstein, no tribunal de Nova York. Weinstein, de 67 anos, enfrenta acusações assédio, agressão sexual e estupro por mais de 80 mulheres, incluindo as atrizes Salma Hayek e Angelina Jolie. As denúncias estão atreladas à origem do movimento #MeToo, iniciado em 2017.

Harvey Weinstein na Corte de Nova York
Harvey Weinstein na Corte de Nova York
Foto: Carlo Allegri / Reuters

No entanto, ele responde judicialmente apenas por dois caos: por violentar a atriz Jessica Mann em 2013 e por agredir sexualmente a ex-assistente de produção Mimi Haleyi em 2006.

Os advogados de Weinstein chamaram testemunhas que levantaram dúvidas sobre o testemunho dos acusadores e trouxe uma especialista que falou sobre memórias que ficam confusas com o tempo. A defesa ofereceu um argumento de que o caso da promotoria é "conto sinistro'', além de alegações como "arrependimento renomeado como estupro."

Agora, os promotores procuram focar a atenção do júri nos acusadores que testemunharam suas situações angustiantes alegando estupros, sexo oral forçado, masturbação e proposições indecentes. Várias mulheres testemunharam que Weinstein ignorou pedidos de "não, não, não'', pois ele as agrediu.

A tarefa da acusação tem sido complicada porque as vítimas não abandonaram Weinstein após os supostos encontros.

Um psicólogo que testemunhou pela acusação e disse que na maioria dos casos de agressão sexual, as vítimas continuam tendo contato com o agressor. No entanto, a defesa aproveitou o contato contínuo e confrontou algumas acusadoras sobre emails cordiais e outras comunicações que trocaram com Weinstein, por meses após os supostos ataques.

A promotora adjunta Joan Illuzzi-Orbon deve entregar as declarações finais nesta sexta, 14. Ela é procuradora de longa data na Promotoria de Manhattan e uma veterana de casos de alto nível.

Se Weinstein for considerado culpado pelos crimes dos quais é acusado, o ex-poderoso produtor de filmes enfrentará uma sentença máxima de prisão perpétua. Ele está em liberdade condicional após o pagamento de uma fiança de US$ 1 milhão após se declarar inocente em audiência preliminar, em julho de 2018.

Toda a repercussão do caso tem inspirado filmes e espetáculos. No ano passado, o cineasta Brian de Palma declarou que desenvolveu um roteiro para um filme que narra história semelhante de assédio por parte de um produtor de cinema.

O dramaturgo e diretor David Mamet escreveu a peça Bitter Wheat na qual o ator John Malkovich protagoniza o papel de um chefe de estúdio de Hollywood caído em desgraça, claramento inspirado no caso Weinstein.

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Estadão
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