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ONG de Brigitte Bardot desmente fake news sobre o novo coronavírus em pets

Passar desinfetante, água sanitária e álcool gel no pelo dos animais pode levar à morte; veja dicas e fuja de boatos

3 abr 2020 - 14h38
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A fundação de defesa aos animais criada pela atriz francesa Brigitte Bardot, de 85 anos, não vem medindo esforços para conscientizar a população sobre a proteção dos pets durante a quarentena.

No site da organização, com sede em Paris, os ativistas destacaram que o abandono ou o assassinato de animais por medo de contágio pelo coronavírus não faz sentido, já que a transmissão da covid-19 só se dá entre humanos.

"Abandonar o animal para se proteger da pandemia é totalmente absurdo, cruel e punível por lei, com pena de até 30 mil euros [R$ 172 mil] de multa e dois anos de prisão [na França]", afirmou. No Brasil, o artigo 146 do Código Penal prevê detenção de três meses a um ano e multa.

"A doença é transmitida por gotículas expelidas pela boca das pessoas infectadas. Tal como acontece com os humanos, você tem que respeitar hábitos com seu animal de estimação. Lembre-se de lavar bem as mãos antes e depois de acariciá-lo, pois o vírus pode ser capaz de ficar em seu pelo como qualquer outro meio vivo ou não", aconselha.

A ONG de Brigitte destaca ainda que já constatou emergências, em clínicas veterinárias, de tutores que lavaram o pet com álcool gel, desinfetante ou água sanitária. Essas atitudes podem levar à morte ou prejudicar gravemente a saúde do bicho. "[O animal] pode ser queimado ou se intoxicar após se lamber. Um shampoo veterinário ou uma simples limpeza com água e sabão é mais do que suficiente", orienta.

Os voluntários da fundação ressaltam ainda que qualquer precaução, contanto que não haja perigo iminente, é válida. "Lave as mãos antes e depois de acariciá-lo, não o deixe lamber seu rosto e o mantenha longe de pessoas infectadas."

De acordo com a Ordem dos Veterinários da França, clínicas veterinárias continuarão abertas durante o isolamento, a fim de manter a continuidade do serviço de saúde para as espécies. No Brasil, o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) também enxerga esse serviço como essencial e alega que a autorização de funcionamento em todo o País permanecerá "até segunda ordem". Entretanto, recomenda que tutores infectados fiquem longe dos pets por cautela e pede que os atendimentos sejam feitos com restrições.

"Para manter o atendimento e, ao mesmo tempo, contribuir para conter a proliferação do coronavírus, o CFMV estimula que o atendimento seja feito com a presença de apenas um único tutor, evitando a aglomeração de pessoas nas clínicas e pet shops. Além disso, recomenda-se que os tutores evitem visitar os animais internados. Também sugere que serviços que não são de urgência e emergência sejam reprogramados, afastando uma exposição desnecessária nesse momento crítico de propagação do novo coronavírus", afirma em nota.

Vale explicar que se distanciar dos pets é uma forma de não deixar o vírus transitando por meio do pelo do bicho após possível contato. Se outra pessoa toca nele com o microorganismo ali presente, há o risco de infecção.

Estadão
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