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Previsto para 2020, Pixel Ripped 1995 traz pura nostalgia em realidade virtual

Game brasileiro é o segundo de uma série que desafia o jogador a completar game sem ser interrompido por pai ou professora; primeiro jogo da franquia, passado em 1989, já vendeu mais de 25 mil cópias

5 nov 2019 - 05h10
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Quem joga videogames sabe: sempre tem aquele momento em que se quer continuar jogando mas é preciso parar - para ir dormir, para ir à escola, para comer o jantar cheio de brócolis com os pais. Jogar escondido, por vezes, não é só uma diversão: é questão de sobrevivência. É mais ou menos com esse tipo de sensação que a série de jogos em realidade virtual Pixel Ripped, criada pela brasileira Ana Ribeiro, busca lidar. E ela está prestes a ganhar uma nova versão: Pixel Ripped 1995, que tem lançamento previsto para o primeiro trimestre de 2020.

No primeiro jogo da série, Pixel Ripped 1989, o grande desafio da protagonista Nicola era jogar um videogame similar a um Game Boy durante a aula, distraindo a professora com bolinhas e aviõezinhos de papel. Agora, é a vez de David, um menino americano, enganar a mãe insone para continuar jogando seu game de plataforma favorito. "Todo mundo que é jogador tem essa lembrança de ficar em casa escondido dos pais, de querer jogar mais e alguém vir e desligar o videogame", explica Ana. "Eu tenho um trauma: meus pais desligavam a energia da casa na chave geral e só depois chamavam para o almoço. Quem disse que eu tinha fome?".

Se o primeiro jogo respirava os anos 1980, com um quê de Stranger Things, agora a onda é totalmente noventista - o videogame que David utiliza lembra bastante o Super Nintendo. "Nos outros episódios da série, vamos ter outras viagens pelo tempo, seguindo o plano do vilão dos jogos, o Cyber Lord", explica Ana. Segundo ela, os próximos três jogos terão ambientação na era dos fliperamas, do Atari e no final dos anos 1990 - provavelmente, com o primeiro PlayStation, da Sony.

Após início independente, game hoje tem estrutura

Inicialmente, a série Pixel Ripped nasceu como um trabalho de escola de Ana, que largou a carreira de psicóloga no Tribunal de Justiça do Maranhão para estudar videogames em 2009. Durante os primeiros anos de desenvolvimento, Pixel Ripped 1989 foi um projeto independente, tocado pela game designer e alguns amigos.

O jogo, no entanto, foi finalizado apenas em 2018, com o apoio da Arvore, estúdio paulistano especializado em realidade virtual. O trabalho rendeu frutos: segundo Ana, o primeiro jogo da série já vendeu 25 mil cópias - um número que parece pequeno, mas é grande dado o nascente mercado de realidade virtual. "Só 1% dos jogos chegam a esse tamanho", diz a desenvolvedora. "Já conseguimos retorno do investimento feito no primeiro game." O número ainda pode crescer - o game chegou apenas recentemente ao mercado asiático e ainda será lançado para o Oculus Quest, dispositivo mais popular de realidade virtual da linha de dispositivos do Facebook, vendido a US$ 399 nos Estados Unidos.

Agora, com mais estrutura, Pixel Ripped 1995 está sendo feito por uma equipe de sete pessoas chefiada por Ana. "Antes, eu fazia de tudo um pouco, era o Severino se virando nos 30. Agora, a gente sabe muito bem o que é cada coisa que tem que ter no jogo e consigo dividir o trabalho, atuando como diretora criativa", explica. Além do Oculus Quest, o novo game também deve ser lançado para PlayStation VR e HTC Vive, as outras duas grandes marcas do mercado de realidade virtual no momento. "É bom viver o começo dessa nova indústria", afirma a desenvolvedora.

Pixel Ripped 1995

Estúdio: Arvore

Plataformas: PSVR, Oculus Quest e HTC Vive

Lançamento previsto para 1º trimestre de 2020

*O jornalista viajou a San José (EUA) a convite do Facebook

Estadão
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