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Como criar um quarto novo com as crianças para combater a monotonia

Resgatamos no 'Estadinho' histórias de crianças que, com criatividade, deram nova cara ao seu cantinho

26 mar 2020 - 05h11
(atualizado às 08h53)
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Vamos voltar um pouco no tempo, até o dia 16 de janeiro de 1999. Naquele sábado, os pequenos leitores do Estado recebiam em casa, junto com o jornal, a edição semanal do suplemento infantil Estadinho com uma matéria sobre o que as crianças podiam fazer para arrumar o quarto e deixá-lo com a cara delas.

Publicada há 21 anos, a reportagem continua atual nesse momento em que milhares de famílias estão confinadas em casa, ao redor do mundo, para evitar a disseminação do coronavírus. Vale tudo para mudar a monotonia das paredes, dizia o texto. Vale tudo, hoje, para mudar a monotonia da quarentena. Até customizar as paredes?

Uma dica descrita ali pode ter deixado os pais de 1999 de cabelo em pé e talvez tenha o mesmo efeito hoje. Ou não.

Bruna, que tinha 13 anos na época em que a reportagem visitou sua casa, contou que a ideia surgiu num bate-papo com amigos depois que seu quarto foi todo pintado de branco. Ali, havia móveis bem-comportados e estrelinhas fluorescentes - um clássico nos anos 1980 e 1990. A mãe concordou que aquela parede branquinha passasse por uma transformação e os amigos começaram a escrever recados e frases de amor nela.

Assim que ela viu os primeiros rabiscos, não soube dizer se tinha gostado ou não. Mas logo se decidiu. "Os grafismos trouxeram outra utilidade às paredes: lá são anotados todos os compromissos importantes", ela disse à reportagem.

Um pouco mais velha do que Bruna, Camila, de 14 anos, fez tudo escondido da mãe. Seu quarto, que era cheio de bichinhos de pelúcia, se transformou em atração para a turma quando ela resolveu colar todos os pôsteres e recortes de Leonardo DiCaprio. Era o auge do ator de Titanic. A mãe brigou, mas ficou tudo bem.

Não foi só Camila que decorou o quarto com fotos de DiCaprio ou de seu personagem Jack Dawson, tão na moda naqueles anos. Stephanie, que tinha 12, juntou o que ela tinha guardado com o que as amigas tinham lhe dado e fez uma parede todinha dedicada ao ator. "Esta é a maneira de vê-lo todos os dias", comentou. A reportagem encerra com a história de uma outra garota, Débora, que adorava pintura e aproveitou a parede do quarto para praticar. E mostra ainda famosos contando mudanças que fizeram em seus quartos. Eliana, por exemplo, disse que pintou nuvens no teto.

É para deixar a criança desenhar a parede? Vale mais refazer a pintura quando a vida voltar ao normal e garantir horas de distração e de exercício de imaginação para as crianças neste momento ou manter a ordem? A decisão cabe aos pais.

Há outras opções, menos drásticas, para quem não quer fazer mudanças tão estruturais. Mude a cama de lugar, trocando-a com a escrivaninha. Guarde os brinquedos que estão mais à vista e abra aquelas caixas guardadas no armário com coisas das quais as crianças já nem se lembram. O reencontro com objetos antigos pode render horas e horas de novas brincadeiras.

Faça uma cabana com almofadas e lençol. Crie uma cidade no chão com fita crepe, ou então uma pista de carrinhos. Desenhe uma amarelinha (também com fita crepe ou giz) - se os pulos não forem atrapalhar os vizinhos de baixo.

Que tal montar uma exposição com os desenhos que as crianças têm feito por esses dias? Ou com poemas e letras de músicas, no caso dos mais velhos? E que tal abrir aquela caixa com papéis guardados de viagem? Agora pode ser finalmente a hora de transformar aqueles postais e cartões comprados em museus em quadrinhos.

Estadão
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