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'Star Wars: A Ascensão Skywalker' estreia 42 anos depois do início da franquia

Lá atrás, quando fez Star Wars, o primeiro - lançado no Brasil como Guerra nas Estrelas, ainda no final dos anos 1970 -, George Lucas desenvolvia o que parecia um discurso insano; mas o homem é um visionário

15 dez 2019 - 06h12
(atualizado às 07h54)
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J.J. Abrams sabe da grande responsabilidade. Como diretor, ele veio a São Paulo no fim de semana passado para falar, na CCXP, de Star Wars Episódio IX - A Ascensão Skywalker, que estreia na quinta-feira, 19. Serão em torno de 2 mil salas, talvez mais. O mercado rende-se ao fenômeno. Fãs pelo mundo - e no Brasil, claro - já se preparam para uma das principais estreias do ano.

O fim da saga, a batalha das batalhas. Discípulo de Steven Spielberg, seu mentor, hoje amigo, JJ sorri, sentado diante do repórter do Estado num hotel de luxo dos Jardins, mas admite estar ansioso. "É muita expectativa dos fãs. É um universo mítico, grande demais, e seria uma pena desperdiçar toda essa energia. Fizemos de tudo para corresponder." E o que o público pode esperar? O repórter arrisca: intimismo e escala, grandiosidade? Afinal, são marcas registradas do autor de Lost (na TV) e de Missão Impossível 3 e Episódio VII no cinema. "Com certeza, você pode estar certo de que sim. Trabalhamos muito para isso."

Lá atrás, quando fez Star Wars, o primeiro - lançado no Brasil como Guerra nas Estrelas, ainda no final dos anos 1970 -, George Lucas desenvolvia o que parecia um discurso insano. Dizia que era o primeiro filme de uma trilogia, e que essa trilogia seria intermediária num projeto de três trilogias e nove filmes. Alguns críticos o tomaram por maluco brincando de sabres de luz e guerras estelares. Poucos perceberam, de cara, a revolução que ele estava fazendo. O homem foi um visionário.

Para contar sua saga monumental, Lucas precisou desenvolver os efeitos num grau que parecia inimaginável em 1977. Fundou a Light and Magic, recolheu-se à função de produtor e contou, com ajuda de outros diretores, a construção do herói, Luke Skywalker, em O Império Contra-Ataca (direção de Irvin Kershnmer) e O Retorno de Jedi (de Richard Marquand). Depois, a saga hibernou, e se passaram 16 anos até que o próprio Lucas, de novo diretor, fizesse Episódio I - A Ameaça Fantasma, seguido de A Guerra dos Clones e A Vingança dos Sith, narrando a construção do vilão e de como Anakin Skywalker foi seduzido pelo lado sombrio da Força, convertendo-se no sinistro Darth Vader.

Cansado diante da possibilidade de encarar mais uma trilogia, Lucas vendeu os direitos, e a Disney assumiu o encargo de prosseguir com a história da galáxia 'far, far away'. JJ, chamado para reformular a saga, iniciou a história de Rey, Finn e Poe, e agora fecha o ciclo. No anterior, Os Últimos Jedi, o velho Luke conseguiu segurar o ataque de Kylo Ren e seus Cavaleiros de Ren aos remanescentes da resistência. Teremos, desta vez, a mãe das batalhas, e ela será excitante, o fecho grandioso de Episódio IX.

Carrie Fisher em 'A Ascensão Skywalker'

Um corte no tempo, algumas semanas atrás. JJ está em Los Angeles e participa de uma coletiva sobre A Ascensão Skywalker. Quando ele começa a falar, as luzes apagam-se, por causa de uma falha técnica. Ele brinca: "Oi, Carrie". Diz que é o espírito da intérprete da Princesa Leia, a atriz Carrie Fisher, que morreu em 2016. "Não havia possibilidade de continuar a história sem Leia." A solução foi usar material inicialmente descartado da atriz no filme anterior.

Ainda em Los Angeles, o roteirista Chris Terrio disse que JJ estava tão obcecado em resolver o problema causado pela morte da atriz que o roteiro começou justamente por ela. "Os primeiros meses foram para resolver o impasse de como incluí-la no filme. A partir dos diálogos e das imagens que tínhamos, criamos todo o restante." Antes de Terrio, Colin Trevorrow chegou a trabalhar um tempo nesse roteiro, mas foi dispensado - "Nem li o que ele escreveu, para dizer a verdade", conta Terrio. Segundo ele, JJ o incentivou a buscar a emoção das cenas. Sementes plantadas por Rian Johnson no filme anterior foram abandonadas. "O fato de os personagens terem se afastado no final daquela história foi ótimo para a nossa", reflete.

Uma sugestão de homossexualidade entre Poe e Finn, os personagens de Oscar Isaac e John Boyega, não foi adiante. "Mas fiz questão de que a comunidade LGBT se sentisse representada", disse JJ, em São Paulo. Como? "Você terá de ver", ele desconversa.

Entrevista — Oscar Isaac: 'Não teria problemas em beijar Boyega'

Oscar Isaac veio a São Paulo com Daisy Ridley e John Boyega para um painel sobre Star Wars Episódio IX na CCXP.

Depois do estouro com os irmãos Coen em Llewyn Davis, o que representa Star Wars?

Sou muito grato por tudo o que vem ocorrendo comigo. Fazer parte do universo Star Wars ultrapassa toda expectativa. Esses filmes são objeto de culto.

Finn e Poe ficam juntos?

Essa possibilidade surgiu no episódio anterior, mas já foi amplamente divulgado que não. Não teria problemas em beijar John (Boyega).

Cinema autoral ou blockbuster?

Os Coen são autores, grandes cineastas. Seus roteiros são maravilhosos. Mas, apesar da grandiosidade, JJ também é autor. Como ator, me adapto a cada universo.

Veja o trailer de 'Star Wars: A Ascensão Skywalker':

Estadão
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