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Quando o rock invade as telas dos cinemas

Para comemorar o Dia do Rock, o crítico do Caderno 2 selecionou filmes que contam a história do ritmo ou de seus ícones, de Elvis Presley a Elton John

11 jul 2019 - 13h44
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Para comemorar o Dia do Rock, em 13 de julho, vale lembrar que o cinema não ficou de fora de ter o gênero em suas telas, desde alguns filmes com ícones do gênero ou outros que contam a história de algum personagem marcante.

Elvis Presley, o chamado rei do rock, interpretou mais de 30 filmes, mas é bem típico de Hollywood que o astro que provocou uma mudança comportamental - e colocou a 'América' para rebolar - tenhá feito sua estreia no cinema com um drama de época, ambientado na Guerra Civil e no qual ele cantava baladas românticas - Love Me Tender. Lançado como Ama-Me com Ternura, no Brasil, o longa de 1956 jamais seria lembrado como filme de rock, ao contrário de outros do próprio Elvis, como O Prisioneiro do Rock'n'Roll, de Richard Thorpe, e Balada Sangrenta, de Michael Curtiz, de 1957 e 58.

Seus melhores filmes talvez tenham sido um western - Estrela de Fogo, de Don Siegel, de 1960 - e um musical tradicional da Metro, realizado por um ás do gênero. Em Amor a Toda Velocidade, de 1964, Elvis faz piloto que disputa a atenção da professora de natação Ann-Margret com colega do circuito das corridas. Cena antológica - ele cantando The Lady Loves Me (But She Doesn't Know Yet).

Para encurtar assunto, grandes filmes de rock adotam o formato da biografia, e dois deles são recentes. Bohemian Rhapsody, a cinebiografia de Freddie Mercury por Bryan Singer, e Rocketman, sobre sexo, drogas e rock'n'roll na vida de Elton John por Dexter Fletcher, que, por sinal, ajudou a finalizar Bohemian Rhapsody. Rami Malek recebeu o Oscar pelo primeiro e é pouco provável que a Academia outrorgue outro prêmio, no ano que vem, a Taron Egerton, mas ele merecia. Talvez ainda seja melhor como Elton John.

Cenas que vão entrar na história - o Live Aids, com o Queen, e Freddie, arrasando em We're the Champíons, e o triunfo de 'Reginald', ou Elton, no Troubadour, em Los Angeles, martelando o piano em Crocodile Rock e fazendo levitar a plateia.

Por falar em piano, outra grande cinebiografia foi a de Jerry Lee Lewis por Jim McBride em Great Balls of Fire, de 1989, em que o jovem Dennis Quaid está genial. No Brasil, chamou-se A Fera do Rock e no centro do relato está o romance do roqueiro com a prima de 13 anos, com quem ele se casou (e por quem quase destruiu a carreira).

Sempre haverá controvérsia, mas o maior filme de rock talvez seja seja uma biografia, ou falsa biografia.

Em Velvet Goldmine, de 1998, Todd Haynes contou a história do glam rock. Estão lá todos os personagens, um tanto disfarçados ou com nomes modificados. David Bowie, que não topou fazer o filme, Iggy Pop, Lou Reed, Marc Bolan, etc. Na contramão do movimento hippie, o glam (de glamour) pregava a criação de outra realidade, um mundo andrógino, pansexual e libertário em que valia tudo pelo hedonismo. Bowie criou sua persona andrógina e o filme reproduz essa esfinge de homem/mulher, de uma forma original.

Na fantasia de Haynes, Brisan Slade é o grande ícone do glam rock. Interpretado por Jonathan Rhys Meyers, ele não consegue lidar com a fama e forja a própria morte. Um jornalista investiga o caso e monta fragmentos de sua história a partir de diferentes pontos de vista. Haynes criou o Cidadão Kane do glam rock.

O resto é história

Os filmes dos Beatles, especialmente Os Reis do Iê-Iê-Iê, o documentário Gimme Shelter, dos irmãos Maysles, sobre o show do Rolling Stones em Altamont, que terminou em morte. A história do rock no cinema passa por todos esses títulos. E tambédm, por que não?, pela biografia do Tremendão por Lui Farias, em que Chay Suede e Gabriel Leone estão ótimos, como Erasmo e Roberto Carlos. Estamos falando de Minha Fama de Mau, claro.

Estadão
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