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Os pontos altos e baixos de ‘Ford X Ferrari’

Longa estrelado por Christian Bale e Matt Damon mostra bastidores da 24h de Le Mans de 1966 pelas histórias de Carroll Shelby e Ken Miles

14 nov 2019 - 09h00
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O que esperar de um filme sobre carros de corrida, cujo título é Ford X Ferrari, que não uma repetição da Fórmula 1? Pois bem, para uma consumidora que não segue nem o esporte, nem acompanha com frequências as produções do gênero nas telonas, havia pouca expectativa, mas algumas promessas. Duas, para ser mais exata. Matt Damon e Christian Bale. Um filme com esses protagonistas de peso serve pelo menos para instigar a curiosidade. E não decepcionou.

Matt Damon e Christian Bale em 'Ford X Ferrari'
Matt Damon e Christian Bale em 'Ford X Ferrari'
Foto: Divulgação

Em Ford X Ferrari, Matt Damon é o designer automotivo americano Carroll Shelby, enquanto Christian Bale dá vida ao piloto britânico Ken Miles. O longa é ambientado na década de 1960 e tem como pano de fundo embate entre a Ford e a Ferrari pelo pódio da 24 horas de Le Mans. Mas o que interessa mesmo são os personagens principais.

Para tentar bater a invencibilidade da Ferrari, Shelby e Miles são a parte fundamental da equipe da Ford para a construção do carro que seja rápido o suficiente para essa maratona automobilística. E são nos bastidores desse embate, fora do carro que os atores brilham, principalmente Bale

Na pele de um piloto, que por muitas vezes era visto apenas como um mecânico, o astro de Vice interpreta um personagem de temperamento difícil, mas com ligação inquestionável com a máquina. As cenas em que analisa a funcionalidade do carro e os macetes que usa para averiguar as falhas e melhorias são prazerosas de se assistir. É como se pudéssemos testemunhar a importância que a experiência tem na vida de um profissional, principalmente quando o comparamos a um trabalhador engessado em tecnicidades, e sem paixão alguma pelo seu ofício. É inspirador. Revela quase uma mágica que é difícil de se replicar. 

Outra ligação que comove é a de Miles com Shelby. É cheia de conflitos e, por vezes, alguns que preterem a amizade entre os dois. Mas de alguma forma, o personagem de Matt Damon parece ser um dos poucos que consegue enxergar todo o potencial daquele piloto difícil, que é desconsiderado por muitos. E essa ligação é essencial para contar a história do filme. 

Agora, não podemos deixar de comentar as cenas de corrida. O grande destaque delas está para a tentativa de reproduzir o que um piloto sente enquanto atrás de um volante. E a sequência, reproduzida tanto por Bale como por Damon, que mostra o carro atingindo a sua velocidade máxima e o mundo parando, o barulho da aceleração sendo silenciado e o foco todo para a respiração dos personagens, é de arrepiar. Como não sentir essa adrenalina?

Ford X Ferrari é sobre um grande momento para a história automobilística, é inegável, mas são as sensações desses personagens, que existiram na vida real, que fazem o filme valer a pena. 

Secundários de escanteio

Por mais que o filme seja centralizado na história de Miles e Shelby, as participações de Caitriona Balfe, que dá vida a Mollie Miles, esposa do piloto, um papel secundário, é um dos pontos fracos do filme. 

"Nenhum homem é uma ilha", já dizia o poeta inglês John Donne e em Ford X Ferrari, não fosse a parceria com Shelby e os momentos com o filho, Ken Miles, um homem casado seria um homem divorciado no mundo atual. O filme não deu espaço para a mulher, mesmo que para papéis secundários. E não precisa ser assim. Nenhum homem é uma ilha e histórias que reduzem a potência da mulher apenas não fazem mais sentido. 

Ford X Ferrari estreia no dia 14 de novembro. 

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Fonte: Redação Terra
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