PUBLICIDADE

'Mulan' provoca controvérsias sobre Hong Kong e Xinjiang

Reação negativa ao filme é resposta ao apoio da protagonista à polícia de Hong Kong e por filme ter sido filmado na região de Xinjiang

8 set 2020 - 10h16
(atualizado às 10h29)
Compartilhar
Exibir comentários

O lançamento pela Walt Disney de Mulan, filme que se passa na China e tem como objetivo atrair o público local, provocou uma reação negativa nas redes sociais por ter sido parcialmente filmado na região de Xinjiang e pelo fato de a atriz protagonista ter apoiado a polícia de Hong Kong.

Cartaz de "Mulan" em cinema de Hong Kong
08/09/2020
REUTERS/Aleksander Solum
Cartaz de "Mulan" em cinema de Hong Kong 08/09/2020 REUTERS/Aleksander Solum
Foto: Reuters

O ativista pró-democracia de Hong Kong Joshua Wong e usuários da internet em Taiwan e na Tailândia estão entre os que promoveram as hashtags #BoycottMulan e #BanMulan no Twitter, após o lançamento do filme neste mês na plataforma de streaming da Disney.

O longa também será exibido nos cinemas da China – um mercado cada vez mais importante para os estúdios de Hollywood – a partir de 11 de setembro.

As críticas ao remake live-action de uma animação de 1998 começaram no ano passado, quando a estrela de Mulan, a atriz chinesa Liu Yifei, expressou apoio nas redes sociais à polícia de Hong Kong, que estava em foco na época devido a protestos antigovernamentais.

Liu não respondeu imediatamente a um pedido de comentário por meio de sua conta no Weibo, um popular site chinês.

Os apelos para que as pessoas boicotem o filme aumentaram nesta semana por ligações à região ocidental de Xinjiang, onde a repressão da China aos uigures étnicos e outros muçulmanos foi criticada por alguns governos, incluindo os Estados Unidos, e grupos de direitos humanos.

Várias organizações estatais em Xinjiang apareceram nos créditos do filme, de acordo com postagens nas redes sociais.

"No novo #Mulan, a @Disney agradece ao escritório de segurança pública em Turpan, que está envolvido nos campos de internação no Turquestão Oriental", tuitou o Congresso Mundial Uigur, com sede em Munique.

Questionado sobre a reação à filmagem em Xinjiang, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Zhao Lijian, reiterou a negação de Pequim sobre existência de campos de reeducação na região, chamando as instalações de instituições vocacionais e educacionais, além de acusar as forças anti-China de difamarem sua política em Xinjiang.

O ativista Wong acusou a Disney de "reverenciar" a China, citando o apoio de Liu e outro ator à polícia de Hong Kong e os créditos do filme, que mencionam organizações estatais em Xinjiang.

"Pedimos às pessoas ao redor do mundo que boicotem o novo filme Mulan", disse ele à Reuters nesta terça-feira.

A Disney não respondeu imediatamente a um pedido por comentário.

Reuters Reuters - Esta publicação inclusive informação e dados são de propriedade intelectual de Reuters. Fica expresamente proibido seu uso ou de seu nome sem a prévia autorização de Reuters. Todos os direitos reservados.
Compartilhar
Publicidade
Publicidade