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Festival de Brasília começa nesta terça em formato totalmente virtual

Os filmes serão exibidos no Canal Brasil e também estarão disponíveis por um dia em uma plataforma do festival

7 dez 2021 - 15h41
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O longa-metragem Alice dos Anjos, de Daniel Leite Almeida, dá início nesta terça-feira, 7, ao Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. O mais antigo festival de cinema do Brasil, em sua 54ª edição, manterá o esquema do ano passado: não-presencial, com transmissão pelo Canal Brasil e acesso aos filmes pela plataforma play.innsaei.tv. O Canal Brasil fará a primeira exibição dos longas-metragens, sempre no horário boêmio das 23h30. Em seguida, à 1h30, eles serão disponibilizados na plataforma e poderão ser vistos até às 23h29 do mesmo dia.

Além do primeiro competidor, a noite de abertura contará ainda com dois longas-metragens fora de concurso. Dois documentários. O primeiro, com o curioso título de Já que Ninguém me Tira Pra Dançar, é uma homenagem de Ana Maria Magalhães à sua amiga, a atriz Leila Diniz, morta aos 27 anos em um desastre aéreo. Leila foi um ser de luz, libertária em época de ditadura e atriz inesquecível de Todas as Mulheres do Mundo, clássico da comédia de costumes dirigida por Domingos Oliveira. Vale sempre relembrá-la.

O segundo documentário da abertura é Catadores de História, último filme da diretora Tânia Quaresma. Realizado cinco anos atrás, retrata os catadores de produtos recicláveis e a importância do seu trabalho para a preservação do meio ambiente numa sociedade consumista e autodestrutiva. Tânia era originária de Minas Gerais e escolheu Brasília para morar. Faleceu em julho deste ano.

Ao todo, foram selecionados 28 títulos, entre a Mostra Nacional e a Mostra Brasília. A mostra competitiva principal, composta de seis longas-metragens, oferece ao público quatro ficções e dois documentários. Na coletiva de anúncio dos concorrentes, o curador do festival, o documentarista Silvio Tendler, garantiu que "buscou-se ao máximo o ineditismo". Tendler assina a curadoria ao lado da professora Tânia Montoro.

Não se pode de antemão comentar a qualidade dos filmes. Mas é louvável que, mesmo em tempo de crise, o principal festival de cinema do País priorize o ineditismo dos seus concorrentes.

A abertura do festival será às 20h e poderá ser acompanhada pelo site. A apresentação da cerimônia fica a cargo da atriz Maria Paula Fidalgo, diretamente do Cine Brasília - palco tradicional do festival, só que desta vez sem seu público, famoso pela participação ativa, consagrando ou vaiando com igual intensidade. Esse calor humano, infelizmente o festival não terá.

Depois das apresentações e homenagens, inclusive à atriz Léa Garcia, em seus 88 anos, o festival começa às 22h30, com a exibição de dois curtas-metragens, Ocupagem, de Joel Pizzini, e Terra Nova, de Diego Bauer. Em seguida, às 23h30, é a vez do primeiro longa-metragem, Alice dos Anjos, que se apresenta como um mix de Lewis Carroll com a pedagogia da libertação, de Paulo Freire.

Como em todos os anos, de maneira presencial ou não, haverá debates de todos os concorrentes. Os encontros com realizadores e equipes acontecem às 10h da manhã do dia seguinte à exibição e também poderão ser acompanhados pelo site.

O festival vai até dia 14, quando serão anunciados os vencedores e apresentado o filme de encerramento, Abdzé Wede Õ - Vírus Não Tem Cura? (MT), de Divino Xavante. Mostra o impacto da pandemia sobre a nação xavante, uma das mais afetadas pelo coronavírus. A narração em primeira pessoa é do próprio diretor.

Como acontece em nossos tempos de mostras online, pela TV ou híbridas, a programação parece um tanto confusa à primeira vista. A melhor maneira para situar-se no cipoal de informações é acessar o site do festival festcinebrasilia.com.br/programacao. Nele, são indicados os filmes disponíveis e horários para assistir a eles. O Estadão realiza a cobertura do dia-a-dia do festival.

Estadão
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