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Batman é eleito super-herói favorito dos leitores do 'Estado'

Com 61% dos votos dos internautas, o herói mascarado venceu o Super-Homem na final da enquete do 'Estado'

9 out 2019 - 15h02
(atualizado às 16h05)
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Em setembro, o Estado pediu a ajuda de seus leitores para eleger o melhor super-herói de todos os tempos, colocando frente a frente 16 personagens consagrados nos quadrinhos das editoras Marvel e DC. Semana a semana, os embates foram sendo decididos pelos internautas até que a final — Super-Homem vs. Batman — foi encerrada. O vencedor, de acordo com os usuários do Estado, é o Homem Morcego, que levou 61% dos 792 votos que decidiram a final. Ao todo, a disputa entre os 16 heróis somou mais de 63 mil votos.

Criado há 80 anos, em 1939, por Bob Kane e Bill Finger, o Batman tem uma das mais interessantes mitologias dos quadrinhos. Apesar de diversas variações, versões especiais e universos paralelos, algo comum para o gênero de super-heróis, o personagem consolidou seu cânone no imaginário popular como poucos.

Sua identidade secreta é Bruce Wayne, um milionário que veste capa e máscara à noite para combater o crime nas ruas da sombria cidade de Gotham. Na infância, ele viu os pais serem mortos por um assaltante na saída de uma sessão de cinema, o que o motivou a buscar justiça com as próprias mãos.

Na primeira aparição do personagem, entretanto, dificilmente seus criadores imaginariam que ele se tornaria um ícone tão grandioso da cultura pop. Ele foi o destaque da 27ª edição da revista Detective Comics, protagonizando O Caso do Sindicato dos Químicos, uma história despretenciosa e com um viés muito mais noir do que o personagem tem hoje. Aliás, sua alcunha nos primeiros anos era "O maior detetive do mundo", evidenciando o caráter policialesco de suas histórias iniciais.

Ao longo das décadas, tanto o Batman quanto seus vilões e coadjuvantes foram evoluindo à medida que diferentes artistas tomaram o controle criativo de suas histórias. Mestres dos quadrinhos como Frank Miller, Alan Moore, Neil Gaiman e, mais recentemente, Tom King já assumiram a capa do morcegão, que passou por fases das mais cômicas às mais soturnas. Assim como seu arqui-rival Coringa já teve versões que apelavam tanto para o humor escrachado quanto para a tensão psicológica, o Batman se mostrou um personagem extremamente versátil dependendo do artista por trás de suas tramas.

A galeria de vilões do Batman, aliás, merece um destaque à parte. Assim como o herói se originou de uma tragédia familiar, praticamente todos os antagonistas que o enfrentaram têm em suas origens um trauma fundamental, e seus poderes e objetivos são sempre expressões de suas reações a essa situação traumática. Atormentados como o Batman, seus vilões certamente são um dos motivos da popularidade dele. Entre os principais, estão Coringa, Duas-Caras, Arlequina, Charada, Bane, Hera Venenosa e Pinguim. Algumas interpretações com viés psicológico encaixam cada um dos personagens como expressão de um distúrbio psiquiátrico diferente, o que explica também a importância do Asilo Arkham, a prisão especial em que os criminosos mais perigosos de Gotham são detidos — quase sempre inutilmente.

Outro motivo da popularidade do Batman reside na sua presença frequente em outras mídias para além dos quadrinhos. Seja em séries animadas de sucesso; em seriados televisivos como o estrelado por Adam West e Cesar Romero nos anos 1960; no cinema ou nos games, o Homem-Morcego é um dos personagens mais presentes na cultura pop.

No cinema, sua trajetória começou em grande estilo, pelas mãos de Tim Burton, em 1989. Na época, o Batman vivia um grande momento nos quadrinhos, com a publicação de histórias antológicas, como A Piada Mortal (1988), de Alan Moore, O Cavaleiro das Trevas (1989), de Frank Miller, e Asilo Arkham (1986), de Grant Morrison, que conferiram maior ambiguidade moral e complexidade dramática ao personagem. No entanto, o filme de Tim Burton e as continuações de Joel Schumacher, nos anos 1990, preferiram trilhar um caminho mais colorido e cômico que nem sempre manteve o padrão das tramas dos quadrinhos.

O Batman ganhou uma nova chance nas telonas com a trilogia dirigida por Christopher Nolan: Batman Begins (2005), Batman: O Cavaleiro das Trevas (2008) e Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge (2012). A busca de Nolan pelo realismo, pela violência gráfica e pela atmosfera mais densa trouxe alguns dos momentos mais marcantes do cinema de super-heróis e abriu as portas para que o gênero fosse encarado com maior comprometimento nos anos seguintes.

Se a última encarnação do personagem no cinema, vivida por Ben Affleck em Batman Vs Superman (2016) e Liga da Justiça (2017) não obteve o mesmo sucesso, nos videogames o herói decolou nos últimos anos. Batman: Arkham Asylum (2009), Arkham City (2011), Arkham Origins (2013) e Arkham Knight (2015) tornaram-se marcos dos jogos de ação tanto por sua narrativa envolvente quanto pela ambientação macabra inspirada nos melhores momentos do Batman nos quadrinhos.

Essa presença massiva nas mais diferentes mídias contribuiu para que o personagem se tornasse um dos mais queridos pelos fãs, o que explica o fato de o Batman ter ficado à frente de personagens renomados como Super-Homem, Homem-Aranha e Mulher Maravilha para os leitores do Estado.

Estadão
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