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SXSW 2018: 'Anonimato' de Tatá Werneck no exterior pode ajudar carreira internacional de TOC - Transtornada Obsessiva Compulsiva, acredita diretor

Um questão de expectativa, segundo Paulinho Caruso.

18 mar 2018 - 01h39
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TOC - Transtornada Obsessiva Compulsiva estreou em 2 de fevereiro de 2017 no Brasil e, apesar da popularidade de Tatá Werneck, que conta com mais de 20 milhões de seguidores no Instagram, por exemplo - e de ter sido bem recebido pela crítica -, o filme não foi exatamente um hit de bilheteria: atraiu 246 mil pagantes, um número relativamente baixo para o filão das "comédias nacionais".

Foto: AdoroCinema / AdoroCinema

"Muita gente escrevia no perfil dela no Instagram: 'Tatá, eu te amo, mas não gostei do seu filme'", brincou o diretor Teodoro Popovic, numa das tentativas de contextualizar o "fenômeno" para uma plateia mista de estrangeiros e brasileiros no tradicional cinema Alamo Ritz, durante o festival South By Southwest (SXSW) na última quarta-feira.

"TOC tem um humor depressivo, de certa forma, nossa viagem era um humor depressivo", afirmou Popovic no domingo, 10, quando conversou com o AdoroCinema e o longa ainda não tinha estreado no festival texano (confira a entrevista no vídeo acima).

"Aqui, por se tratar de um público que não tem expectativas em relação à Tatá ou ao que é aquele filme, a gente acha que tem uma liberdade em relação a tradução do filme", disse Paulinho Caruso, também diretor.

Como o (instigante) título de "Neurotic Quest for Serenity" (ou "busca neurótica pela serenidade"), TOC foi um dos dois longas brasileiros selecionados para o SXSW, ao lado de Nossa Chape, documentário sobre o clube de futebol Chapecoense, inédito em circuito, uma coprodução do país com a Colômbia e Espanha.

"A gente não tem, aqui, que entregar algo que você espera, então as pessoas criam menos expectativas de se surpreenderem, de se divertirem, de gostarem do filme", acredita Caruso. "Fora isso, acho que tem um humor do filme, da nossa escola e das nossas influências, que é um pouco mais alinhado com o cinema americano dos anos noventa e 2000, que a gente cresceu vendo", completa.

"Dá uma aflição nas piadas escatológicas, o saco voando, o pinto do Bruno Gagliasso, tem umas coisas que dão um nervoso de ver, ainda mais em um momento tão politizado do cinema, tão engajado, com o feminismo, políticas identitárias", confessou Teo.

Ainda assim, Daniel Furlan, que interpreta o par (anti)romântico da protagonista, acredita "Eu acho que as piadas funcionam sem você ter as referências propriamente". "Óbvio que você aproveita mais quando você conhece as referências. A gente vê muita coisa referente a cultura americana, que às vezes não estamos ligados ao que é, e funciona da mesma forma".

E como traduzir Tatá Werneck para os gringos? "É uma 'natural born absurdist comic genius'" (vamos tentar: "uma comediante do absurdo gênia de nascença"?), arrisca Teodoro Popovic. "A gente podia começar a legendar a Tatá em português também. De repente, foi isso que faltou ao TOC no Brasil", Furlan perde a amiga - que não viajou para o Texas por compromissos com as gravações da novela Deus Salve o Rei -, mas não perde a piada.

Mais difícil do que acompanhar o ritmo insano da atriz no entanto é traduzir "cuceteta". Independente do idioma.

"Neurotic Quest for Serenity" ainda não tem distribuidor nos Estados Unidos, mas percorre um circuito de festivais internacionais (incluindo a Transilvânia!) e pode ser negociado com a Amazon, de acordo com os diretores.

Confira o trailer legendado em inglês:

Neurotic Quest for Serenity - Movie Trailer from BIONICA on Vimeo.

AdoroCinema
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