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Punho de Ferro: Confira nossa crítica da primeira temporada

Marvel e Netflix entregam sua produção mais irregular.

18 mar 2017 - 11h22
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Após duas temporadas de Demolidor, uma de Jessica Jones e uma de Luke Cage, chega às telinhas da Netflix a última série da parceria com a Marvel antes do aguardado lançamento de Os Defensores. Trata-se de Punho de Ferro.

Foto: AdoroCinema / AdoroCinema

Personagem mais "mágico" até aqui deste Universo Televisivo da Marvel, Punho de Ferro segue basicamente a história de origem de Batman Begins. Herdeiro bilionário é treinado por monges em uma montanha isolada do mundo para, em seguida, retornar para a cidade local para assumir seu lugar de direito na companhia que tem seu nome.

Conhecido do grande público pelo papel de Loras Tyrell em Game of Thrones, Finn Jones interpreta Danny Rand. Após sofrer um acidente de avião que vitimou seus pais, ele passa 15 anos desaparecido. Determinado dia, aparece na porta da megacorporação Rand. Inicialmente, sofre para provar sua identidade às pessoas que agora comandam a empresa, seus antigos amigos de infância Ward ( Tom Pelphrey) e Joy ( Jessica Stroup).

A apresentação do personagem é interessante, principalmente por mostrar uma pessoa que realmente parece isolado da sociedade há mais de uma década. A forma como ele fala para todos em volta que passou anos sendo treinado em artes marciais por monges até assumir seu papel de Punho de Ferro é bem curiosa. Mostra que ele não tem malícia. 

Iron Fist  (no original) é, até o momento, a série mais irregular da parceria entre Marvel e Netflix. Tem seus momentos, e de certa forma entrega um bom protagonista, mas ao mesmo tempo falha bastante no desenvolvimento e não abre bem uma porta para Os Defensores. A série é a mais interligada com DemolidorJessica Jones Luke Cage, contando com inúmeras referências e citações, mas ao final fica faltando algo.

O Punho de Ferro é inimigo número um do Tentáculo, uma espécie de máfia oriental especializada em artes marciais que tenta dominar Nova York, e usa a Rand para isso. Danny tentará assumir seu lugar de direito ao mesmo tempo em que tenta acabar com o Tentáculo.

A máfia citada é a principal ameaça da temporada, mas isso não é muito bem desenvolvido. Há inúmeros potenciais vilões, mas nenhum acaba se destacando o bastante. O roteiro, repleto de idas e vindas e reviravoltas, não consegue criar um antagonista principal, tornando a jornada de Danny menos interessante e, por vezes, repetitiva.

O elemento mágico do Punho de Ferro também é subaproveitado e as cenas de ação deixam a desejar, embora melhorem na segunda metade da temporada. Há momentos muito bons, é verdade, como a cena em que Danny tenta proteger Joy de ser sequestrada por vários capangas com machadinhas em um corredor. Sim, um corredor. A cena é boa, mas também não deixa de ser mais um rip-off de Oldboy, que já havia sido apresentada de forma mais eficiente nas outras séries, especialmente na primeira temporada de Demolidor.

A produção encontra seu ponto mais baixo ao final do sexto episódio, com Danny seguindo uma série de desafios do Tentáculo. O que era para ser algo ameaçador é colocado quase como fases de uma  game de luta, com a diferença que aqui não há uma ameaça principal.

O desenvolvimento dos personagens segue o ritmo 8 ou 80. Não há muitas nuances. Isso fica claro nas abordagens de Harold ( David Wenham) e Davos ( Sacha Dhawan). Colleen Wing ( Jessica Henwick) acaba sendo a personagem mais bem cuidada pela produção. Sabemos sua origem, sua motivação, torcemos e nos envolvemos com suas ações. 

Ainda que tivessem momentos mais irregulares,  Jessica Jones Luke Cage tinham o mérito de apresentar panos de fundo fascinantes. A primeira trazia toda uma subtrama sobre a violência contra a mulher e empoderamento, enquanto que a segunda apresentou um contexto musical poucas vezes tão bem desenvolvido na tela. A saga do bilionário que vira herói já foi vista repetidas vezes na tela. E já foi bem melhor representada.

AdoroCinema
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