Pantera Negra: Ativistas aproveitam sessões do filme para registrar eleitores negros
O voto é facultativo nos Estados Unidos.
Um lançamento da Marvel Studios nunca foi tão politizado e ativistas aproveitaram o sucesso de Pantera Negra, que conseguiu a quinta maior estreia de todos os tempos nos cinemas dos Estados Unidos, para promover causas cívicas. O grupo Movement for Black Lives (ou Movimento pelas Vidas Negras, em tradução livre para o português.
Vestindo roupas inspiradas em Wakanda, os ativistas vão até os cinemas que exibem Pantera Negra para estimular pessoas negras a se registrarem como eleitores. Ao contrário do que acontece no Brasil, nos Estados Unidos o voto é facultativo, inclusive para eleições majoritárias, como o pleito que define o presidente do país.
Fresh Wakanda inspired outfit (check)
Black Panther ticket (check)
Squad ready (check)
Registered to vote so we can build our own Wakanda? (we got you!)
Text PANTHER to 91990 to create your own voter registration event.
Need to register to vote? Text WAKANDA to 91990. pic.twitter.com/rpGdkM729Y
— Mvmt 4 Black Lives (@mvmt4bl) 15 de fevereiro de 2018
"O Movement for Black Lives é uma iniciativa de líderes negros e organizações que lutam todos os dias pela vida saudável e alegre de pessoas negras", contaram as ativistas Jessica Byrd e Kayla Reed sobre a estratégia, chamada #WakandaTheVote. "Nós temos sucesso porque nós encontramos as nossas comunidades onde elas estão, seja nas ruas, seja no conselho municipal, seja nos cinemas", disseram, em entrevista para o site Blavity.
Segundo os organizadores, a inciativa mobilizou pessoas em mais de 50 cidades dos Estados Unidos a ajudar a registrarem eleitores nas sessões de Pantera Negra no final de semana de estreia do filme. "Mais de mil pessoas atenderam o nosso chamado e nós construímos uma animadora campanha desde então. Nós vamos nos envolver em ações por todo o país para educar e motivar eleitores negros e lançar um instituto de campanha intensiva chamado Electoral Justice League [ou Liga da Justiça Eleitora, em tradução livre]", completou.
Nas eleições presidenciais de 2016 nos Estados Unidos, que definiram Donald Trump como presidente do país que representa a maior economia do planeta, o número de eleitores negros registrados para votar que exerceram tal direito foi 7% menor do que nas eleições de 2012. As eleições de 2016 também representaram a primeira vez em 20 anos em que os eleitores negros registrados votaram menos proporcionalmente, segundo informações do Pew Research Center.