PUBLICIDADE

Os Jovens Titãs em Ação! Nos Cinemas: Dubladores falam sobre preconceito com a profissão no Brasil

Dublado ou legendado? As vozes dos personagens da animação deram suas opiniões sobre dublagem no Brasil.

26 ago 2018 - 09h51
Compartilhar
Exibir comentários

Os Jovens Titãs em Ação! Nos Cinemas, assim como fez Lego Batman: O Filme, representa a nova chance da Warner brincar com si mesma e divertir o público com seu amplo universo de heróis. Com estreia marcada para o dia 30 de agosto, a animação sai da televisão e mira nas telonas com uma história cativante, capitaneada pelos jovens heróis que buscam ser mais sérios e reconhecidos.

Foto: Divulgação / AdoroCinema

Além de a animação possuir bastante força com o público de quadrinhos e super-heróis no Brasil, há uma outra camada a ser observada por aqui: a questão da dublagem. Por muitos caracterizada como controversa, a profissão carece de atenção e reconhecimento, apesar de muitos brasileiros optarem por assistir a filmes dublados - e não legendados.

Em coletiva de imprensa realizada em São Paulo com o elenco de dublagem da versão brasileira, o enfoque caiu nos detalhes deste trabalho. O bate-papo contou com a presença de Charles Emmanuel (Mutano), Eduardo Borgherth (Ciborgue), Luiza Palomanes (Estelar), Mariana Torres (Ravena), Manolo Rey (Robin) e Ricardo Schnetzer (Slade Wilson).

Para Manolo Rey, que viveu a época em que a dublagem era feita com os dubladores juntos no mesmo estúdio ao mesmo tempo, dividindo um bancada de gravação, é difícil dizer qual é a opção favorita do público: "É complicado falar isso que a maioria prefere o legendado, pois não é isso que acontece na TV a cabo. Muitos canais foram se adaptando com o passar dos anos".

O elenco apontou que, hoje em dia, como a dublagem acontece com os atores separados, o diretor de dublagem é o maior guia. "É fundamental a presença do diretor. A dublagem se molda na observação do que está na tela, nos tons de voz. Você trabalha todo esse conteúdo junto com o diretor", explicou Ricardo Schnetzer.

Com relação à dificuldade na imersão do espectador para produções de diversos estilos, o elenco também apontou a falta de atenção quanto à qualidade da dublagem - mas eles estão mais que dispostos a não deixar a cultura da dublagem ser desvalorizada. "Aqui no Brasil ainda temos a cultura de preservar a voz original. Mas a gente precisa da ajuda de vocês", disse Manolo, se referindo ao público que consome avidamente o cinema e a televisão.

Quanto ao retorno positivo que recebem do público, Luiza Palomanes destacou a importância de receber feedbacks nas redes sociais. Além disso, Manolo confessou qual o melhor tipo de elogio que um dublador pode receber: "A melhor dublagem é aquela que a pessoa não sabe dizer se viu o filme dublado ou legendado. Este é um baita elogio, pois aí eu sei que ela não atrapalhou a experiência do espectador". "A dublagem ideal é essa: que você viva o personagem", completou Ricardo.

Sobre a importância da dublagem para pessoas que precisam de acessibilidade em experiências audiovisuais, como os cegos, o elenco deixou claro que a presença desta profissão muda a vida das pessoas. "Uma vez, um homem elogiou meu trabalho e disse: 'eu sou cego e não sei inglês, então fico muito feliz quando a dublagem é bem feita, pois quando não há emoção, parece que eu estou assistindo a uma narração'", lembrou Luiza.

A cultura da dublagem é vista de maneira diferentes ao redor do mundo, e Luiza deu um bom exemplo disso: "Acho que cada um tem o direito de escolha do que assistir, mas aqui no Brasil tudo é muito diferente do que lá fora. Os estrangeiros são extremamente patriotas e querem assistir tudo em sua própria língua, já os brasileiros não - a grama do vizinho é sempre mais verde."

AdoroCinema
Compartilhar
Publicidade
Publicidade