PUBLICIDADE

Sabrina: Templo satânico ameaça processar Netflix após série

Organização acusa série de se apropriar do uso de monumento.

30 out 2018 - 20h36
(atualizado às 21h02)
Compartilhar
Exibir comentários

O Mundo Sombrio de Sabrina angariou uma série de fãs devotos, mas ironicamente o Templo Satânico da vida real não foi um deles.

Sabrina Spellman passou a grande parte da primeira temporada enfrentando o Senhor das Trevas — no caso, a a versão da série de Satã — e agora está sendo ameaçada pelo o Templo Satânico da vida real.

A série da Netflix, que aborda temas como ocultismo, feitiçaria e satanismo, chamou a atenção do cofundador do Templo Satânico, Lucien Greaves. Segundo ele, a produção estrelada por Kiernan Shipka se "apropriou" do design do monumento de Baphomet — uma divindade de cabra, muitas vezes associada a Satã — protegido por direitos autorais por sua organização. Desde o último domingo (28), ele está ameaçando processar o serviço de streaming.

Foto: Netflix / AdoroCinema

A estátua é mostrada em várias cenas enquanto Sabrina frequenta a Academia de Artes Ocultas, escola de bruxos que ensina o caminho do Senhor das Trevas, que tem como Sumo Sacerdote Faustos Blackwood (Richard Coyle). De acordo com o Telegraph, tanto o design do Templo quanto o de Netflix são similares à ilustração popular do século XIX do Baphomet. Entretanto, em ambos os designs do templo e da Netflix, Baphomet é observado por duas crianças que encaram sua cabeça.

Greaves disse em uma declaração ao TheWrap na terça-feira (30) que "enviamos a [Netflix] uma carta de nossos advogados informando-os sobre a violação de direitos autorais, pedindo-lhes que tirem nossas imagens de seu programa".

"Estou surpreso que alguém esteja confuso sobre o porquê de buscarmos ajuda legal sobre Sabrina usando nosso monumento. Seriam eles tão compreensivos em um programa fictício que usaria uma mesquita real como o QG de uma célula terrorista? Um conto fictício de Libelo de sangue envolvendo judeus do mundo real?", escreveu ele no Twitter.

Em uma entrevista ao SFGate publicada na segunda-feira (29), Greaves disse: "É profundamente problemático para nós. (Mas) mesmo que esse não fosse o caso, seríamos obrigados a fazer uma reivindicação de direitos autorais, porque é assim que os direitos autorais funcionam." Greaves também observou que, se o grupo não fizesse a reivindicação de direitos autorais agora, teria o caso enfraquecido para fazer no futuro. "Tínhamos que enviar alguma mensagem", revelou ele.

Para o Templo, o problema é mais do que uso dos direitos autorais. A principal preocupação de Greaves é que a apropriação visual da série de Baphomet pelo Templo Satânico esteja sendo representada como algo maligno e, subsequentemente, agitará o medo do grupo, potencialmente alimentando um Pânico Satânico.

"Eu quero que eles tirem isso", acrescentou ele ao SFGate. "Parece que é um cópia CGI para começar. Eu não sei quanto trabalho leva, mas eu simplesmente me recuso a ter o nosso monumento usado desta maneira em perpetuidade. Eu não quero que nosso monumento seja associado a isso", disse ele, que criticou no Twitter o teor de "canibalismo" e "assassinato" da série associado ao Satanismo.

"Eu sinto que o uso de nossa imagem particular que é reconhecida como nosso próprio ícone central [sendo] exibido de forma ficcional como central para algum culto canibalista tem efeitos prejudiciais no mundo real para nós", afirmou Greaves, que espera que a Netflix ofereça uma retratação da representação visual.

A primeira temporada de O Mundo Sombrio de Sabrina está disponível na Netflix.

Veja também:

Os trens que geram água no lugar de gases poluentes e são apontados como futuro:
AdoroCinema
Compartilhar
Publicidade
Publicidade