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Número de séries produzidas pelo streaming supera o de canais abertos em 2018

O ano que bateu na trave dos 500.

14 dez 2018 - 16h03
(atualizado às 17h03)
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O Peak TV continua a sua rota de ascensão. Segundo estudo divulgado pelo instituto de pesquisa do FX Networks, 2018 viu um total de 495 séries fictícias produzidas, com o número de produções de serviços online sendo quatro vezes maior do que era há quatro anos.

Foto: Getty Images / AdoroCinema

Em 2018, foram 160 séries produzidas por serviços online, 146 por canais abertos, 45 por emissoras a cabo prêmium e 144 por canais a cabo básicos. O número total de séries fictícias em produção aumentou 27% em relação a 2014. Veja abaixo o gráfico.

Se, em 2014, serviços de streaming como Netflix, Prime Video e Hulu eram responsáveis apenas 8% das séries fictícias, em 2018 são a fonte de impressionantes 32%, um acréscimo de 385%. A maior redução é de canais a cabo básicos, que foi de 45% para 29% — uma queda de 17%.

O declínio nas produções de canais a cabo básico tem uma origem certa: emissoras como A&E, Bravo, Discovery, E!, WGN America entre outras têm abandonado o negócio de produções originais. Ao mesmo tempo, Netflix, Prime Video e Hulu têm investido cada vez forte no setor.

O termo Peak TV, cunhado e popularizado em 2015 por John Landgraf, presidente do FX Networks, estabelece que o mundo está vivendo uma realidade em que a TV está sobrecarregada de produções em variadas plataformas. À época, Landgraf teorizava que chegaria-se no auge até 2016, sendo que este máximo seria 500 temporadas anuais de séries ficcionais. A partir disso, ele supõe que os números tendem a cair.

Como pólos opostos, Landgraf e Ted Sarandos (o diretor criativo de originais Netflix) representam os dois lados desta moeda. Landgraf destaca que "a profusão de histórias é muito boa quando se quer falar sobre diversidade e inovação", mas alerta que é graças a esta mesma profusão que é muito difícil fazer televisão "se você estiver tentando surpreender ou deliciar o público." Para ele, a dificuldade está no fato de que tudo parece "vagamente familiar para um público inundado de opções."

É o que ele chama de exaustão narrativa: "Eu já disse para este grupo [de jornalistas] em outras ocasiões que eu pensava que havia muita televisão. De certa forma, penso que há muitas histórias. Muitas narrativas. Essa é agora a nossa maior dificuldade."

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AdoroCinema
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