PUBLICIDADE

Festival de Berlim 2018: Nossas impressões sobre O Processo, retrato dos bastidores do impeachment de Dilma Rousseff

A diretora Maria Augusta Ramos foi ovacionada pela plateia.

22 fev 2018 - 20h57
Compartilhar
Exibir comentários

Assim como na sua primeira exibição em Berlim, a segunda projeção do documentário O Processo gerou forte reação da plateia. O filme sobre o impeachment de Dilma Rousseff, financiado em plataformas coletivas e pelo próprio festival de Berlim, registrou sessões lotadíssimas. Na fila para entrar no cinema, os espectadores receberam um manifesto clamando todos a lutarem pela democracia no Brasil.

Foto: AdoroCinema / AdoroCinema

Dentro da sala, os espectadores riam muito dos discursos lacrimejantes de Janaína Paschoal, da afirmação de Eduardo Cunha de que jamais cometeu um crime, e da fala de Aécio Neves sobre não tolerar a corrupção no país. Ouviram-se palmas ao discurso de José Eduardo Cardozo, e ao pronunciamento de Dilma quando se confirmou o impeachment. Ao final, um grito de "Fora, Temer!" ecoou pela sala enquanto a diretora Maria Augusta Ramos entrava para o debate.

Mesmo assim, o filme é duro, repleto de linguagem técnica e jurídica, e supondo que o espectador possui uma compreensão mínima dos principais caciques do PT, PSDB, (P)MDB e DEM, e suas alianças volúveis. É um cinema politizado, de esquerda, que busca comprovar a existência de um golpe com provas jurídicas. 

Leia a nossa crítica.

Autoajuda

Enquanto isso, no penúltimo dia da competição oficial, o drama romeno Touch Me Not trouxe uma combinação de ficção e documentário para retratar pessoas com problemas de intimidade ligados ao medo do toque.

A premissa poderia gerar uma boa discussão, mas a diretora Adina Pintilie prefere construir uma história lânguida sobre as virtudes terapêuticas da fala e do amor-próprio. Dezenas de jornalistas não aguentaram até o final da sessão e foram embora.

O herói ladrão

Museo é o segundo e último filme latino-americano em competição, após o paraguaio Las Herederas. Em Museo, Gael García Bernal e Leonardo Ortizgris interpretam dois jovens que conseguem roubar objetos raros do museu mexicano de antropologia, mas depois enfrentam dificuldade para vender as peças.

A história é divertida e bem filmada, mas incomoda por transformar o protagonista em herói e terminar com uma defesa institucional da arte mexicana.

Descubra todas as nossas críticas e notícias no guia do festival de Berlim.

AdoroCinema
Compartilhar
Publicidade
Publicidade