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Christopher Nolan dispensou CGI para rodar maior parte das cenas de Dunkirk

Ao ser perguntado se o público poderia se confundir com as diferentes linhas temporais da narrativa de seu filme, Nolan foi direto: "Bem, f...-se".

11 set 2017 - 18h33
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Em Dunkirk, Christopher Nolan focou seus esforços em produzir uma experiência imersiva que recria os eventos da Evacuação de Dunquerque, quando mais de 300 mil soldados Aliados cruzaram o Canal da Mancha para deixar a França ocupada pelos nazistas e chegar à Inglaterra em 1940, durante a Segunda Guerra Mundial.

Foto: AdoroCinema / AdoroCinema

O cineasta esteve no Canadá para celebrar os 50 anos do formato IMAX, criado por uma empresa do país norte-americano e utilizado na produção do longa-metragem que arrancou elogios calorosos de parte da crítica, quase meio bilhão de dólares nas bilheterias mundiais e podem render a Nolan sua primeira indicação ao Oscar de melhor diretor. Um dos assuntos mais abordados durante uma conversa do realizador com jornalistas e cinéfilos no Festival Internacional de Cinema de Toronto foi como o como o cineasta se esforçou para se manter autêntico na hora de apresentar uma versão dramatizada dos marcantes acontecimentos da Operação Dínamo.

"Todas as vezes que nós precisamos explodir alguma coisa, nós fizemos uma explosão controlada primeiro para ver se isso poderia disparar alguma coisa", disse Nolan, que contou que muitos dos terrenos usados como locações para Dunkirk na França ainda continham minas terrestres da época da Segunda Guerra Mundial. A experiência, segundo o diretor, o fez perceber o "persistente impacto daqueles eventos" no mundo de hoje. As informações são do site Variety.

Além de filmar nos mesmos locais onde centenas de milhares de soldados Aliados deixaram a França rumo ao Reino Unido, Nolan usou navios reais para filmar as cenas marítimas para realizar cenas que, segundo ele, não seriam as mesmas com efeitos especiais digitais. "Você pode fazer uma versão perfeita de um navio da época em CGI, mas ele não seria tão real", contou. Para ele, "gráficos criados por computador tem recursos muito pobres" para representar adequadamente o visual da Segunda Guerra Mundial.

Nolan afirmou ainda que seu método de filmagens serve para extrair performances mais reais de seu elenco. "Quando aqueles garotos estão lá fora na praia e as explosões acontecem, elas acontecem. Não há tela verde. Eles estão lá", comentou. "Eu queria inserir as pessoas na praia, inseri-las no cockpit dos aviões. Eu não queria mostrar generais em salas movendo coisas em cima de um mapa", revelou.

Dunkirk tem três linhas temporais diferentes, em terra, mar e ar. Nolan foi perguntado se chegou a se preocupar se o público iria conseguir entender a narrativa proposta pelo roteiro, também escrito por ele. A resposta foi sucinta. "Bem, foda-se. É meu trabalho como diretor e roteirista tentar me colocar no lugar do público."

AdoroCinema
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