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Com homenagem a Marielle, Mangueira é campeã pela 20ª vez

Escola foi a sexta a se apresentar na segunda noite de desfiles e emocionou o público da Marquês de Sapucaí

6 mar 2019 - 18h19
(atualizado em 26/2/2020 às 17h13)
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Foto: Estadão Conteúdo

Com homenagem à vereadora Marielle Franco, a Estação Primeira de Mangueira venceu o Carnaval do Rio de 2019. A leitura das notas das escolas de samba foi realizada nesta Quarta-feira de Cinzas, 6, na Marquês de Sapucaí, sob clima de comemoração entre diretores da agremiação e torcedores na quadra da escola. A Mangueira liderou a apuração desde o primeiro quesito e conquistou neste ano seu vigésimo título.

Sexta escola a se apresentar na segunda noite de desfiles, já ao amanhecer de terça-feira, 5, a verde e rosa se equiparou a outras em fantasias e alegorias, mas arrebatou a plateia com uma comovente homenagem a Marielle Franco (Psol), assassinada em março de 2018 no centro do Rio. A parlamentar era citada nominalmente no samba, o mais cantado deste Carnaval.

Marielle foi figura central de um enredo que elogiava heróis populares brasileiros não reconhecidos na maioria dos livros didáticos e demais registros históricos. O auge da comoção ocorreu na parte final do desfile, onde correligionários, familiares e apoiadores da vereadora balançavam bandeiras com retratos de Marielle e outras lideranças populares, enquanto outros carregavam uma imensa bandeira do Brasil onde o lema positivista "ordem e progresso" foi substituído por "índios, negros e pobres".

Entre as pessoas que empunharam bandeiras figuram o deputado federal Marcelo Freixo e o vereador Tarcísio Motta, ambos do PSOL. Mônica Benício, viúva de Marielle, também desfilou, mas apenas com uma camisa que homenageava a parlamentar.

Outra menção a Marielle era feita na comissão de frente, que virava a história oficial pelo avesso: figuras históricas tradicionalmente reconhecidas, representadas como anões, eram substituídas por índios e negros. Na encenação, as novas personalidades erguiam uma menina que, representando Marielle, empunhava uma faixa onde se lia "presente". O coro de "Marielle: presente" é uma forma frequente de homenagear a vereadora morta.

As escolas Imperatriz Leopoldinense e Império Serrano foram rebaixadas. Elas obtiveram 266,6 pontos e 263,8, respectivamente. A Império Serrano, que desfilou ao som do enredo "o que é, o que é", do compositor Gonzaguinha, desagradou os jurados.

Veja abaixo a classificação final das escolas de samba

1º: Mangueira

2º: Viradouro

3º: Vila Isabel

4º: Portela

5º Salgueiro

6º: Mocidade

7º: Unidos da Tijuca

8º: Paraíso do Tuiuti

9º: Grande Rio

10º: União da Ilha

11º: Beija-Flor

12º: São Clemente

13º: Imperatriz Leopoldinense

14º: Império Serrano

Apuração

A Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) divulgou no início da tarde desta quarta a ordem da leitura das notas. Primeiro foram abertos os envelopes do quesito evolução. Em seguida foram lidas, nesta ordem, as notas relativas à harmonia, mestre-sala e porta-bandeira, alegorias e adereços, comissão de frente, samba enredo, enredo, bateria e fantasias. A pior nota de cada escola é descartada.

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