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Cannes fecha 65ª edição com forte presença de brasileiros

27 mai 2012 - 19h01
(atualizado em 28/5/2012 às 07h29)
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Depois de 12 dias de tapetes vermelhos, festas, sessões de fotos e, é claro, filmes, a 65ª edição do Festival de Cinema de Cannes chega ao fim em edição marcada pela presença de alguns brasileiros ilustres. Em um ano que a seleção de filmes foi considerada morna, as celebridades também não fizeram grandes esforços para chamar a atenção e aumentar a temperatura. Fizemos um apanhado com tudo de mais legal que aconteceu durante a mostra pare te deixar por dentro do essencial:

O brasileiro Walter Salles posa ao lado da atriz Kristen Stewart em sessão de fotos para o filme 'On the Road'
O brasileiro Walter Salles posa ao lado da atriz Kristen Stewart em sessão de fotos para o filme 'On the Road'
Foto: Getty Images

Confira o raio-x do Festival de Cinema de Cannes

Conheça os jurados do 65º Festival de Cannes

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Vencedores

O júri da 65ª edição do Festival de Cannes resolveu não arriscar e premiou diretores já homenageados na mostra, como Michael Hanecke, Carlos Reygadas, Matteo Garrone, Cristian Munguiu e Ken Loach.

O cineasta austríaco Michael Hanecke entrou em uma seleta categoria dos diretores que têm mais de uma Palma de Ouro ao levar o prêmio de Melhor Filme por Amour. Ele já tinha conquistado o prêmio máximo por A Fita Branca, de 2010.

O prêmio de Melhor Diretor ficou com o argentino Carlos Reygadas, do filme Post Tenebras Lux. Curiosamente, o longa foi um dos filmes mais vaiados na sessão para a imprensa, mas deve ter conquistado os jurados.

O ator dinamarquês Mads Mikkelsen conquistou o prêmio de Melhor Ator pelo filme The Hunt. Mikkelsen interpreta um professor recém-divorciado que tenta reconstruir a vida, mas é falsamente acusado de pedofilia.

Este ano o júri decidiu que duas atrizes, e não apenas uma, mereciam ser laureadas com o prêmio de melhor atuação feminina. As escolhidas foram as romenas Cosmina Stratan e Christina Flutur, do filme Beyond the Hills. Baseado em uma história real, o longa ainda garantiu o prêmio de Melhor Roteiro para Cristian Mungiu, que também é responsável pela direção do filme. Mungiu, um dos mais importantes representantes da "nova onda" romena de cinema, conquistou a Palma de Ouro em Cannes em 2007 com Quatro Meses, Três Semanas e Dois Dias.

Brasileiros

Os brasileiros não passaram despercebidos durante a 65ª edição do Festival de Cannes. Para começar, o país era o convidado de honra deste ano. Ao todo, quatro longas nacionais foram exibidos na mostra: Na Estrada, de Walter Salles, em competição; A Música Segundo Tom Jobim, de Nelson Pereira dos Santos, em exibição especial; Xica da Silva, de Cacá Diegues, e Cabra Marcado para Morrer, de Eduardo Coutinho, nos Clássicos de Cannes.

Na Estrada, uma coprodução Brasil-Estados Unidos, era um dos filmes mais aguardados do festival. Diretores como Francis Ford Coppola, Jean-Luc Godard e Gus Van Sant tentaram adaptar o romance homônimo de Jack Kerouac, mas nenhum projeto saiu do papel. Foi Walter Salles, um especialista em road movies, depois de Diários de Motocicleta e Central do Brasil, quem finalmente levou a obra prima da geração beat para a telona, contando com um elenco de peso, com nomes como Viggo Mortensen, Kisten Dunst e Kristen Stewart.

Rodrigo Santoro foi outro brasileiro a atravessar o tapete vermelho do Festival de Cannes. O ator brasileiro está no elenco de Hemingway & Gallhorn, filme feito para TV pela HBO e que teve uma exibição especial no evento.

Em festas em Cannes, Santoro teve a companhia de artistas nacionais, como Flávia Alessandra, Otaviano Costa e o escritor Paulo Coelho. Eles prestigiaram a estreia do longa, em que o ator contracena com Nicole Kidman e Clive Owen, e participaram de um jantar em comemoração à première.

Participante do Festival de Cannes pela quarta vez, a diretora Juliana Rojas ganhou uma menção especial do Prêmio Nikon com o curta-metragem O Duplo. A brasileira esteve no festival no ano passado com o seu primeiro longa-metragem, Trabalhar Cansa

Famosos

Antes mesmo da cerimônia de abertura, o comediante Sacha Baron Cohen, que estava em Cannes para divulgar o longa The Dictator, abriu o tapete vermelho com bom humor e montado em um camelo. Isto porque o ator estava na pele de seu personagem Aladeen, um ditador fictício, inspirado em políticos como Moammar Kadhafi.

Sempre com uma farda, Aladeen já havia criado um desconforto ao jogar cinzas em um repórter durante o tapete vermelho do Oscar. Já em Cannes, o ditador "matou" a atriz Elisabetta Canalis. Ele e a italiana protagonizaram, à bordo de um iate, cenas de amor, que acabaram em uma briga e um saco preto sendo jogado no mar. Claro que foi tudo uma encenação.

O casal Kristen Stewart e Robert Pattinson chamaram bastante atenção no tapete vermelho. Eles são concorrentes na corrida pela Palma de Ouro (Kristen está no elenco de Na Estrada, enquanto Pattinson é o protagonista de Cosmópolis), mas isso não fez com que deixassem de protagonizar cenas de beijos em um bar.

A atriz, que normalmente se veste de maneira mais discreta, também atraiu os flashes quando passou pelo tapete vermelho de Cosmópolis com um decotado vestido vermelho.

Reese Witherspoon também conquistou os fotógrafos ao desfilar pela Croisette com o barrigão de cinco meses de gravidez. A atriz de 36 anos, que estava no elenco de Mud, está esperando o seu terceiro filho.

Outro que chamou a atenção pela simpatia foi Bill Murray, que brincou com os fotógrafos durante a sessão de fotos de Moonrise Kingdom, filme que abriu as festividades em Cannes. Alec Baldwin também fez graça ao carregar, na première do longa de Wes Anderson, a noiva Hilaria Thomas.

Cinema

Não houve favoritos na lista de 22 indicados à Palma de Ouro. Mas é claro que houve filmes que deram o que falar.

O longa altamente experimental de Leos Carax, Holy Motors, foi amplamente aplaudido na sessão reservada para os jornalistas. Mas nem todos gostaram do filme, que mostra um homem que pode viver várias vidas em uma mesma noite.

Outro que fez barulho foi Post Tenebras Lux, mas no mau sentido. O filme do mexicano Carlos Reygadas, que ganhou um prêmio do júri de Cannes em 2007 por Luz Silenciosa, foi amplamente vaiado na sessão para jornalistas. Alguns críticos chegaram a abandonar a sala durante a projeção.

Na Estrada, por sua vez, teve uma recepção bastante morna da crítica internacional. A maioria dos escritores não ficaram impressionados pelo longa de Salles e o definiram apenas como "assistível". Na exibição de gala, no entanto, a obra foi aplaudida por seis minutos.

Mesmo diante da crise que a Europa está passando atualmente, a seleção oficial do Festival não teve nenhuma demonstração política. O que chegou mais perto foi o francês Bernard-Henry Lévy: o diretor levou rebeldes sírios e líbios para a projeção de seu documentário Le Sermente de Tobrouk, que teve uma sessão especial no Festival.

Fonte: Terra
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