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Spencer Tunick busca paz interior em turnê pelo mundo

Terça, 23 de abril de 2002, 18h43



Que tal ir até o Parque do Ibirapuera às 5h30 de um sábado, tirar toda roupa, deitar no chão e posar para uma fotografia? É esse convite curioso que o fotógrafo norte-americano Spencer Tunick faz ao público brasileiro.

Tunick, de 36 anos, cujo trabalho faz parte dos eventos paralelos da 25ª Bienal de Artes de São Paulo, promoverá o registro tupiniquim de "peladões" no dia 27 de abril e tentará repetir o sucesso de Buenos Aires, onde cerca de 450 pessoas despiram-se dos trajes - e da vergonha - e posaram deitados na principal avenida da capital argentina, no início deste mês.

O fotógrafo "ataca" sempre pela manhã em grandes centros urbanos, e organiza uma massa de corpos sem identidade ou expressão, literalmente jogada pelas ruas, parques ou qualquer outro local público - num de seus registros em Nova York ele chegou a aglomerar os nus em frente a um açougue.

Algumas das proezas anteriores podem ser vistas na mostra 12ª Cidade, no andar térreo do Pavilhão Ciccillo Matarazzo, que acolhe a Bienal.

Quanto à proposta bem indecente, Tunick tenta convencer o público a participar. "Ninguém sai desta experiência sem se sentir um pouco diferente em relação às ruas da cidade por onde anda", disse o artista. "Deitar sem roupa junto com outras centenas de pessoas traz você mais próximo da terra".

Faxina interior - Mas nem tudo são flores neste arriscado projeto em que Tunick se meteu. Nos Estados Unidos, o fotógrafo carrega o estigma de "persona non grata" perante a polícia, que já o deteve diversas vezes por "promover ato violento, exposição obscena e bloquear o tráfico de pedestres". Este foi um dos motivos que o levaram a fazer as malas para viajar com sua estranha arte por outros cantos do mundo.

"Estou tendo minha dignidade resgatada. Eu havia perdido a confiança em mim mesmo, me sentia sujo. Mas agora (os estrangeiros) estão limpando meu corpo e fazendo com que eu me sinta bem com meu trabalho, não como um objeto sexual, mas como um objeto de arte", afirmou o fotógrafo.

Tunick contou que teve a percepção da importância de sua arte quando conseguiu reunir 4,5 mil pessoas em Melbourne, na Austrália, em outubro de 2001. A partir daquele recorde, o céu passou a ser o limite. "Quero fazer uma fotografia na China, talvez na Grande Muralha", confessou.

O fotógrafo justificou seu trabalho como um resgate da beleza das massas contrastada no caos urbano, que mescla a frieza do concreto e dos arranha-céus com o avanço da tecnologia e uma consequente perda de valores.

"Olhe para o que está acontecendo. Preocupe-se mais com as pessoas, com o corpo. No momento da foto, nós não temos nada, nem roupas... Pense sobre a nossa situação e a nossa fragilidade", pediu Tunik aos cidadãos das grandes metrópoles.

Reuters

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