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Peças de navio afundado há 2,6 mil anos são recuperadas na Itália

Embarcação foi localizada em 2019 a 780 metros de profundidade

16 out 2021 - 11h55
(atualizado às 12h25)
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Peças de cerâmica que estavam em um navio que afundou há cerca de 2,6 mil anos no Estreito de Otranto, em uma área marítima entre a Itália e Albânia, foram recuperadas por arqueólogos da Superintendência Nacional para o Patrimônio Cultural Subaquático, anunciou o governo italiano neste sábado (16).

Segundo o ministro dos Bens Culturais da Itália, Dario Franceschini, essa é a primeira vez que uma operação desse tipo é realizada em tanta profundidade. Os itens estavam a cerca de 780 metros.

Já a superintendente Barbara Davide classifica a operação como "sensacional" porque ajudará a entender melhor o comércio que ocorria na região da Magna Grécia, como era chamado o sul da península itálica que foi colonizado pelos gregos entre os séculos 8 a.C. e 7 a.C.

Ânforas, jarros e uma grande quantidade de taças de cerâmica para vinho que seriam usadas pela elite da época foram encontradas empilhadas e "acondicionadas" dentro de grandes vasos.

De acordo com os pesquisadores, essa "embalagem" tinha a missão de evitar a quebra durante as tensas viagens marítimas. Além disso, dentro de algumas ânforas ainda haviam restos de alimentos e de azeitonas.

Até o momento, foram retiradas do mar 22 peças, mas estima-se que há 220 itens no naufrágio.

"Uma grande descoberta que demonstra a necessidade de voltar a investir na arqueologia subaquática", disse ainda Franceschini anunciando que o Ministério quer iniciar um novo projeto nesse sentido em breve.

Conforme relatou Davide à ANSA, o navio foi localizado graças ao que chama de "arqueologia preventiva", que faz estudos com base em alta tecnologia de áreas que podem mapear áreas de interesse.

A descoberta do naufrágio ocorreu a 22 milhas náuticas da terra.

No entanto, a superintendente ressalta que a maior surpresa veio da análise de laboratório, de que as primeiras peças recuperadas eram muito mais antigas do que se acreditava. "Não pensávamos que entre a Magna Grécia e a pátria-mãe poderia haver um comércio tão organizado já nessa época", pontuou ainda Davide. .

Ansa - Brasil   
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