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Inundações e epidemia: a difícil vida da livraria mais famosa de Veneza

"Acqua Alta" enfrenta falta de clientes por causa de epidemia

10 mar 2020 - 14h17
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Por Lucas Rizzi - Cerca de quatro meses depois de ter sido inundada nas enchentes em Veneza, a "Acqua Alta", livraria mais famosa da cidade, agora enfrenta outro obstáculo para se reerguer: o novo coronavírus (Sars-CoV-2).

A epidemia já havia atingido em cheio os principais polos turísticos da Itália, mas a situação se agravou com o decreto anunciado nesta segunda-feira (9) pelo primeiro-ministro Giuseppe Conte, que restringiu a circulação de pessoas em todo o país.

"Estávamos pouco a pouco nos recuperando das inundações, e agora chega o vírus. Aqui está tudo bloqueado, e ninguém entra na loja", diz Lino Frizzo, filho do proprietário da livraria, Luigi Frizzo, em declaração à ANSA. O isolamento imposto pelo governo deixou Veneza semideserta.

Segundo relatos da imprensa local, os poucos turistas que sobraram já buscam formas de voltar para casa. Assim como no restante da Itália, os museus estão fechados, e restaurantes só podem abrir das 6h às 18h, e se garantirem uma distância mínima de um metro entre os clientes.

A circulação de pessoas é permitida apenas em caso de "comprovadas exigências de trabalho, situações de necessidade, motivos de saúde ou retorno ao próprio domicílio". Também é possível sair de casa para comprar alimentos e itens de primeira necessidade.

"Veneza vive exclusivamente do turismo, e ninguém pode entrar. Esperamos que tudo isso termine o quanto antes", acrescenta Lino. Em novembro do ano passado, a "Acqua Alta" foi tomada pelas inundações que cobriram mais de 80% do solo do centro histórico de Veneza.

Apesar do esforço dos funcionários para conter os danos, a enchente destruiu cerca de 50 mil volumes. O nome da livraria faz referência ao termo em italiano para designar as marés altas na cidade. Seu cenário, formado por prateleiras, banheiras e até uma gôndola abarrotadas de livros, atrai turistas do mundo todo.

Ansa - Brasil   
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