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ArCênico: Mate-nos de prazer

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12 jul 2018 - 02h11
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São três peças que falam por si: Mata-me de Prazer, Quiero Hacer el Amor e Lobo. A trilogia da atriz e diretora Carolina Bianchi vem fazendo os olhos dos espectadores girarem nas órbitas com suas montagens permeadas de sensualidade e erotismo. Em Quiero Hacer el Amor, no Sesc Pinheiros das 13h30 às 15h às sextas, dez atrizes relacionam-se eroticamente com a estrutura do prédio e objetos colocados no térreo. Em Lobo, que volta ao cartaz em 8/9 no Teatro de Contêiner, ela está em cena com 15 homens - com o resguardo de uma equipe técnica feminina. "A matéria de minhas peças são sexo e morte, assuntos que me interessam porque fazem parte do meu universo particular", diz. "E cada vez com mais gente em cena."

O QUE VIRÁ

Carolina conta que seu próximo espetáculo já começa a surgir. "Algumas imagens me assaltam. Devo ir à Itália no começo do ano que vem para fazer residência de dramaturgia e escrever o texto da peça."

NOS DEVIDOS LUGARES

Dramaturgo de Isto É Um Negro, o diretor José Fernando Peixoto de Azevedo tem se esforçado para colocar o negro no teatro brasileiro no lugar que lhe é devido. Usa a arte com ativismo e também a escola: é professor e ex-diretor da Escola de Arte Dramática da USP, que este ano completa 50 anos. E foi na toada dos 50 que buscou um texto para seu próximo espetáculo, Navalha na Carne, de Plínio Marcos, lançada também há 50 anos. Em sua montagem, Peixoto rebatiza o texto - Navalha na Carne Negra - e põe em cena uma atriz e dois atores negros nas peles de Neusa Sueli, a prostituta, Vado, o cafetão, e Veludo, o camareiro gay. Estreia na quinta, 19, no Tusp. No elenco estão Lucelia Sergio, Raphael Garcia e Rodrigo dos Santos.

OTHELLO DE VERDADE

É bom lembrar que Ira Aldridge, ator americano, muda-se para Londres em 1824 e em 1833 já protagonizava Othello, do bom e velho Will, no West End. Sim, incrivelmente, um negro na pele de um mouro e negro. Foi massacrado pela crítica que não via sentido em um negro fazendo-se passar por um negro. Amargurado, Aldridge levou a peça a países europeus e acabou aclamado. Quando retorna aos palcos da rainha, teve a glória que seu talento merecia. Sua imagem hoje está na National Portrait Gallery, em Londres, em um quadro de James Northcote. Ele retratado como Othello.

REI DE PAPELÃO

Se há um ator se divertindo em cena hoje é Leopoldo Pacheco. A nova montagem de Ulysses Cruz, Leão no Inverno, no Teatro Porto Seguro, põe o ator na pele de um rei de bermudas e coroa de papelão. Deve vir mais diversão por aí. Pacheco está prestes a embarcar na próxima novela de Aguinaldo Silva, na Globo, O Sétimo Guardião, em um grande personagem - o descendente de índios Feliciano Pataxó, um dos guardiões da fonte milagrosa da história, um milionário que prefere viver como mendigo.

3 PERGUNTAS PARA OSWALDO MENDES É ATOR E DRAMATURGO

1. Por que teatro?

Por ser supérfluo.

2. Com qual personagem se parece?

Nenhum. Personagens são arquétipos, eu sou apenas um tipo.

3. Você já vivenciou alguma situação inusitada em cena?

Ouvi um autor dizer para o elenco, no ensaio geral, que o espetáculo seria um fracasso. Ficou um ano em cartaz.

Estadão
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