Susan Sontag ganha título de doutora Honoris Causa na Alemanha

Quinta, 26 de junho de 2003, 15h22

A escritora americana Susan Sontag recebeu nesta quinta-feira o título de doutora Honoris Causa da Faculdade de Filologia da Universidade alemã de Tubinga por seus méritos como uma "brilhante e comprometida crítica da cultura".

O professor Jürgen Wertheimer se referiu à escritora em seu discurso de entrega do título como "defensora insubornável da tradição do pensamento iluminista e da expressão artística", destacando especialmente seu compromisso com a defesa dos direitos humanos e a emancipação política.

Esta semana, Sontag fará conferências como professora convidada na Universidade de Tubinga e, em outubro, receberá durante a Feira do Livro de Frankfurt o Prêmio da Paz dos Livreiros Alemães.

Nascida em Nova York em 16 de janeiro de 1933, Sontag começou sua carreira literária em 1959 como co-editora da revista Commentary, foi professora de literatura inglesa na década de 60 e, em 1963, publicou seu primeiro romance, O benfeitor.

Depois, Susan se esforçou para divulgar a literatura européia nos Estados Unidos e escreveu sobre a obra de intelectuais como Walter Benjamin, Robert Walser, Eugène Ionesco, Simone Weil ou Antonin Artaud.

Sua atitude permanentemente crítica fez com que a escritora se tornasse com freqüência alvo de ataques do sistema, como aconteceu após os atentados do 11 de setembro de 2001 nos EUA, quando acusou a mídia e a classe política americana de fazer uma campanha destinada "a idiotizar a opinião pública".

Sua postura crítica não alcançou apenas seu próprio país, como os dirigentes cubanos, atacando o regime de Fidel Castro pela recente condenação à morte de pessoas que tentaram escapar da ilha em uma balsa, ou o regime iraniano, pela fátua contra Salman Rushdie.

Por seu livro Na América, Sontag obteve em 2000 o National Book Award e, em seu último trabalho, Regarding the pain of others, ela se ocupa dos testemunhos fotográficos das guerras.

O Prêmio da Paz dos Livreiros Alemães é um dos mais importantes da Alemanha e já foi concedido a personalidades como Hermann Hesse, Karl Jaspers, Jürgen Habermas, Ernesto Cardenal, Jorge Semprún, Mario Vargas Llosa ou Asja Djebar.

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EFE