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Padre vingativo é nova criação de impacto de João Ubaldo


Sábado, 01 de junho de 2002, 13h30

Um homem supostamente desequilibrado, assassino primeiro por vingança e depois por prazer, é o personagem principal de João Ubaldo Ribeiro em Diário do Farol (Nova Fronteira, 302 pgs). Aos 60 anos, Lúcifer - habitante solitário de um farol - vem narrar sua vida, não poupando detalhes sórdidos de seus atos premeditados.

Sempre menosprezando seu leitor, esse homem inicia a narrativa na infância, época em que iria fundamentar toda sua vida, quando a violência do pai culmina no suposto assassinato de sua mãe (suspeita que ele mesmo levanta e impõe como verdade), para substituí-la pela cunhada, "uma megera odienta".

Em uma alusão a "Hamlet", de Shakespeare, a voz da mãe sussurra-lhe, segundo ele, punição por sua morte e pelos maus tratos que o marido continuava infligindo ao filho até mandá-lo para o seminário. Lá, Lúcifer será um exemplo (dissimulado) de estudante aplicado e benévolo, até tornar-se padre.

Sua vida é baseada em vingança, contra o pai e depois contra Maria Helena, uma mulher que despreza seu amor. Por que ser bom, se o exemplo que tem é de um pai que ia à missa e "professava devoção, mas era um homicida adúltero e tirano perverso?", pergunta-se.

A obsessão pela desforra não tem pressa: ele sabe esperar, considera-se inteligente. Entre os dois atos surpreende - e talvez choque - o leitor ao caminhar por detalhes secundários, por vezes medonhos. Em relação à sexualidade do padre, João Ubaldo guarda resquícios de seu recente livro A Casa dos Budas Ditosos, um forte e polêmico relato sobre a luxúria.

O homossexualismo entre os padres e os jovens seminaristas, a traição dos amigos que ele queria longe, a chantagem deliberada, as torturas nos porões da ditadura militar antecedem ou entremeiam as razões de sua vida: a morte por asfixia do pai e o tão esperado assassinato de Maria Helena.

Esse último o leva à "melhor" época de sua vida, ao aproximar-se das prisões, torturas e mortes realizadas pelo regime iniciado em 1964. Com um prazer indescritível, ele chega a dizer que a tortura é um ato de amor, enquanto participa e comanda muitas delas.

Um salto no tempo e de repente ele, próximo da loucura, tendo sua insanidade mental comprovada por psiquiatras - sem que seja explicado ao leitor se ela é real ou mais uma armação -, guia-se agora pelo farol. Perturbado, não sabe se quer viver ou se quer acabar com tudo dando um tiro no próprio céu da boca.

Reuters

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